sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Economia sustentável: Precisamos rever nossos conceitos

Economia deve ser transformada para se tornar sustentável, diz designer francês Philippe Starck - foto: ONU Meio Ambiente
Economia deve ser transformada para se tornar sustentável, diz designer francês Philippe Starck - foto: ONU Meio Ambiente

ONU Meio Ambiente





Que critérios um produto deve atender para ser realmente “sustentável”? Como nossos lares serão no futuro? E como nossa economia deve mudar para as pessoas e o planeta?





Em uma entrevista exclusiva para a ONU Meio Ambiente, o renomado inventor, arquiteto e designer francês Philippe Starck compartilha sua visão sobre como seria um futuro sustentável.





Starck supervisionou 10 mil criações em seu país natal e no mundo todo, de mobília, termostatos inteligentes e bicicletas elétricas a casas pré-moldadas de madeira e edifícios. Ele acredita em “fazer mais com menos” e em criar objetos que ajudem a melhorar nossas vidas enquanto abraçam a natureza.





O conceito de propriedade pode desaparecer





No futuro, o conceito de propriedade pode desaparecer e ser substituído por uma economia do aluguel, acredita o designer. “Alguém que pega emprestado tem a responsabilidade de devolver o produto. Alguém que vende não tem essa responsabilidade – ele pode não se importar se um produto é reciclado ou não, por exemplo”, argumenta Starck.





“Nossa economia deve ser completamente transformada, uma vez que nosso planeta está sendo degradado a uma velocidade muito mais rápida do que jamais vimos”, diz.





Starck também acredita que podemos abrir mão de “cerca de 70%” de toda a mobília que usamos atualmente em nossas casas. “Nossas cortinas podem ser substituídas por um cristal de vidro líquido, enquanto a tinta pode ser eletroluminescente”, sugere.





“Não venderemos produtos, mas sim serviços integrados a produtos”, afirma. Segundo ele, a sociedade pode, entretanto, se dividir entre pessoas que escolhem comprar mais alimentos e roupas mais sustentáveis e aqueles que seguem a indústria de massa.





Surpreendentemente, o inventor prefere o uso de materiais sintéticos aos naturais para seu próprio trabalho, o que inclui design de interiores de hotéis como o Brach – um de seus projetos mais recentes em Paris.





“Materiais sintéticos nascidos da genialidade humana quase sempre têm um melhor desempenho”, argumenta, completando que “preferiria trabalhar com alguém que usa plásticos totalmente rastreáveis a alguém que derruba árvores”.





Reciclagem não é a solução





Para produtos serem chamados de sustentáveis, Philippe Starck acredita que eles não devem apenas recicláveis e usar o mínimo de materiais naturais e energia, mas devem também ser “politicamente justos” e favorecer a igualdade de gênero.





“Hoje, 80% dos produtos são ‘machos’. Se não for ‘macho’, não vende”, diz Starck.





O designer acredita que os consumidores devem querer viver com os produtos que compram, e não jogá-los fora por capricho. Ele considera que a indústria da moda traz “vergonha” à nossa sociedade de consumo por criar novas tendências muitas vezes ao ano. Também destaca que “antes de pensar em sustentabilidade, a primeira questão deve ser: eu realmente preciso desse produto?”.





Quando se trata do fim da vida de um produto, Starck alerta que “reciclagem não é a solução”. “Reciclagem só foi inventada para que pudéssemos continuar consumindo com a consciência tranquila. A realidade é que menos de 20% dos materiais usados em bens de consumo podem ser reciclados, já que isso requer condições especiais”.





Está em nosso DNA construir e criar





“O capitalismo não é adequado para o futuro. Ele depende de crescimento e produção, e nós não podemos produzir mais”, diz o designer.





Starck ilustra esse ponto pedindo cautela em relação às alternativas ao plástico. “Muitas alternativas biodegradáveis são feitas de coisas que as pessoas podem comer. Está fora de questão que comida deva ser sacrificada para fazer uma cadeira, por exemplo. Mesmo alternativas como linhaça ou cânhamo tomam espaço de plantação que poderia estar sendo usado para cultivar alimentos”, diz.





Apesar disso, o designer acredita que nós não devemos buscar refrear o instinto humano de criação. “A diferença entre nós humanos e outros animais é que somos criadores. Está em nosso DNA construir e criar – não podemos ir contra isso. A solução pode, então, ser um tipo de ‘decrescimento positivo’, onde decrescemos nossa produção enquanto aumentamos nossa criatividade”.





Clique aqui para ler a entrevista completa (em francês).

Perdas geradas pelo clima vão ser aceleradas, diz a ONU

Novo relatório da ONU alerta para perspectiva de aumento dramático das perdas econômicas provocadas por desastres - foto- Unesco
Novo relatório da ONU alerta para perspectiva de aumento dramático das perdas econômicas provocadas por desastres - foto: Unesco

ONU





Os desastres climáticos e geofísicos, como terremotos e tsunamis, mataram 1,3 milhão de pessoas nos últimos 20 anos e deixaram mais 4,4 bilhões de feridos, desabrigados ou em necessidade de ajuda de emergência, disseram especialistas da ONU na quarta-feira, 10 de outubro.





As descobertas, publicadas pelo Escritório da ONU para Redução de Risco de Desastres (UNISDR), também mostraram que as pessoas em países de renda baixa e média têm sete vezes mais probabilidade de morrer devido a desastres naturais do que nos países desenvolvidos.





“Isso coloca uma grande ênfase na necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, disse Ricardo Mena, chefe da UNISDR, apoiando e monitorando a implementação da Estrutura de Sendai.





Deixar de fazer isso elevará o risco de danos relacionados ao clima saírem do controle, disse ele a jornalistas em Genebra, antes de pedir um maior investimento em medidas de redução de risco de desastres, “para que os países não criem novos riscos”.





Em termos do impacto de desastres na economia global entre 1998 e 2017, os países afetados relataram perdas diretas de 2,908 trilhões de dólares. Isso é mais do que o dobro do que foi perdido nas duas décadas anteriores.





Ilustrando a crescente ameaça da mudança climática, os eventos climáticos extremos agora representam 77% do total das perdas econômicas, 2,245 trilhões de dólares, observa o relatório.





Isso representa um “aumento dramático” de 151% em comparação com as perdas registradas entre 1978 e 1997, que somaram 895 bilhões de dólares.





Países pobres mais vulneráveis, mais atingidos





A crescente vulnerabilidade a desastres por parte dos países mais pobres é ilustrada pelo fato de que, nos últimos 20 anos, apenas um único território de alta renda — a ilha de Porto Rico — apareceu na lista das dez principais perdas econômicas em porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB).





Em setembro passado, a devastação provocada pelo furacão Maria contribuiu para as maiores perdas totais desde 1998, de mais de 71 bilhões de dólares; o equivalente a 12,2% do PIB de Porto Rico.





Com exceção de Cuba, classificada como um país de renda média-alta na revisão de 20 anos, as outras dez nações mais afetadas em percentual de sua produção são todas de baixa renda.





O Haiti — onde um terremoto de magnitude 5.9 atingiu o noroeste da ilha há apenas quatro dias — registrou as maiores perdas, com 17,5% do PIB.





Em termos de mortes provocadas por desastres, o relatório indica que mais de 747 mil pessoas — 56% do total — morreram nas últimas duas décadas durante grandes eventos sísmicos, um total de 563 terremotos e tsunamis relacionados.





No geral, no entanto, mais de 90% de todos os desastres nos últimos 20 anos foram inundações, tempestades, secas e outros eventos climáticos extremos.





Ondas de calor são a próxima ‘explosão’ climática





Ondas de calor são uma ameaça global crescente para a qual as soluções precisam ser encontradas nos próximos cinco a dez anos, alertou a coautora do estudo, Debarati Guha, do Instituto de Saúde e Sociedade (IRSS), parte da Universidade Católica de Louvain (UCL).





“O próximo (fenômeno) que vai nos atingir com uma explosão é onda de calor”, disse ela. “Vai ser tanto em países pobres — lembre-se que os seres humanos têm um limite, um limite de resistência térmica — como será um grande problema nos países mais ricos”.





“Enfatizamos a necessidade de reduzir o risco existente para fortalecer a resiliência de pessoas e nações. Caso contrário, o sucesso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) será muito difícil”, disse Ricardo Mena, do UNISDR.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Tecnologia no campo: trator que anda sozinho é só o começo

O campo gera dados e informações que, quando interpretados pelos conjuntos de inteligência artificial, auxiliam na eficiência, nas tomadas de decisõe
O campo gera dados e informações que, quando interpretados pelos conjuntos de inteligência artificial, auxiliam na eficiência, nas tomadas de decisõe

Por Sergio Soares, diretor de Desenvolvimento de Produto e Engenharia Agrícola da CNH Industrial para América Latina





Os projetos de inovação no agronegócio estão em plena evolução e revolucionando o setor. Diante da necessidade de aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, a sustentabilidade no campo, produtores brasileiros têm apostado na tecnologia para otimizar a produção, aumentar o rendimento e o lucro das lavouras, sem impactar o ambiente. Nesse cenário, sistemas inteligentes já são aplicados no campo. 





O campo gera dados e informações que, quando interpretados pelos conjuntos de inteligência artificial, auxiliam na eficiência, nas tomadas de decisões e a criar estratégias para abastecimento, plantio, irrigação, pulverização, manejo e colheita. Também agrega valor e resultados em tecnologias, como GPS, sistemas autônomos, sensores de umidade de solo, irrigação, estações meteorológicas, drones. Por meio deles, identifica os objetos, as tendências e as soluções.





Com máquinas cada vez mais robustas e sistemas eletrônicos modernos, a adoção da agricultura de precisão se tornou padrão. Agora, o objetivo é usá-los de forma mais integrada, visando a redução de perdas, a fadiga do operador e a automação de ajustes, por meio da adoção de tecnologias ligadas à inteligência artificial e machine learning (aprendizado de máquina). São processos que tornam a máquina cada vez mais intuitiva. Assim,  a operação acumula experiências de acordo com os algoritmos no seu software, que "aprendem" a cada nova vivência e tomam "decisões" para otimizar a produção com o mínimo uso dos recursos. Apesar de parecer filme de ficção, isso está muito mais próximo do que imaginamos. Estão em teste equipamentos desenvolvidos para atingir a automação completa. Um exemplo é o trator autônomo, que durante testes, já plantou muitos hectares com mínima intervenção humana. Sem operador, monitorado via computador ou tablet, o equipamento é capaz de "tomar decisões". 





São tendências de tratores que em breve estarão prontos para revolucionar o campo. A produtividade está ligada à conectividade das máquinas e a autonomia será tendência forte pelas curtas janelas de plantio, recordes de safras e rapidez com que as inovações surgem. No futuro, as fazendas serão altamente tecnológicas e autônomas, os veículos se comunicarão entre si e o foco será em sustentabilidade para ter competitividade. Os desafios desde já estão na capacitação para ter mão de obra qualificada e na legislação para dar cobertura às operações autônomas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Futuro das farmácias: Araujo adota conceito de integração on e off line

Novo serviço da Drogaria Araújo possibilita ao cliente comprar em casa e retirar o produto em qualquer loja
Novo serviço da Drogaria Araújo possibilita ao cliente comprar em casa e retirar o produto em qualquer loja

Radar do Futuro





Na disputa por posicionamento e manutenção de fidelidade de clientes, a rede de farmácias Araujo, proprietária de uma rede de 160 lojas, em 12 cidades mineiras, adotou um novo serviço, o Box Araujo. A iniciativa faz parte de estratégias inovadoras de comercialização e acesso a produtos nas lojas. A inovação acompanha a tendência de unificação e integração de canais online e offline – a loja física com o meio digital – com o objetivo de  propiciar uma nova experiência de compra para o cliente.





A empresa, segue as tendências do mercado de consumo e se adapta a novas possibilidades, que levam em conta as transformações do cenário tecnológico, econômico, social e político, que vão alterar a forma como o sistema produtivo funciona. Internet em todos as coisas, inteligência artificial, medicamentos nanotecnológicos e envelhecimento são alguns dos fatores que já movimentam os departamentos de marketing do setor. 





“Estamos entregando mais uma facilidade para o consumidor. Para utilizar o Box, é preciso apenas comprar pelo aplicativo App Araujo e indicar onde fará a retirada do produto - na loja ou no Box Araujo mais próximo”, explica Jarbas Ferreira Barbosa, gerente do delivery da Araujo.





Tecnologia aliada





Ele ainda reforça que a tecnologia será a grande aliada para pre­servar a segurança do produto e do cliente. “Não há mais a necessidade de pegar filas nos caixas, basta o consumidor ir à loja e retirar seu produto com um código.” O Box Araujo já está disponível em 16 lojas da Drogaria Araujo: Matriz, Gutierrez, Diamond Mall, Savassi, Praça da Bandeira, Life Center, Estoril, Trevo Nova Lima, Cidade Administrativa, Cristiano Machado, Castelo, Alípio de Melo, Nossa Senhora do Carmo, Gil Diniz, Tereza Cristina e Adolpho Cotta. Cada Box instalado possui um nome diferente, como se fosse mais um funcionário da Drogaria Araujo.





Na loja da Matriz, por exemplo, o Box se chama Jarbas. No Gutierrez, o nome do armário é Modesto e na Savassi, Silvinha. Em breve, o Box Araujo será disponibilizado também em pontos estratégicos da cidade, como empresas, shoppings, estações de metrô e outros locais, garantindo mais agilidade e a facilidade para o cliente.





Outra inovação que a Araujo oferece para os seus clientes é a tecnologia NFC, uma opção de pagamento por aproximação, ainda mais segura e com facilidades para o usuário. Com isso, é possível efetuar o pagamento das compras por meio de um aplicativo Samsung Pay ou Apple Pay e da pulseia eletrônica Visa ou Santander disponibilizada pelo banco.





Inovação como prioridade





Ao apostar sempre em inovação, a Araujo diversifica os serviços oferecidos aos clientes e marca presença na vida dos mineiros. A drogaria conta com um mix completo de produtos – são mais de 18 mil itens comercializados – que contempla as áreas de higiene pessoal, mamãe e bebê, beleza, dermocosméticos, pet shop, fitness, melhor idade, ortopédicos e diets.





A empresa foi a primeira a criar o plantão 24 horas, o primeiro serviço de telemarketing do Brasil – o Drogatel Araujo e a primeira Drogaria Drive Thru. Para completar, a Araujo também criou a Central Farmacêutica – que oferece atendimento 24 horas de farmacêuticos em vídeo chamada – e o Serviço Farmacêutico, programa de atendimento personalizado que orienta a adoção de novos hábitos de saúde e complementa o tratamento prescrito pelo médico.





Em 2015, a Drogaria inovou mais uma vez ao lançar o serviço de Vacinas com o Padrão Araujo de Medicamentos. Sempre atenta às necessidades do cliente, a empresa também oferece testes rápidos que são realizados na hora. A lista inclui medição da pressão, glicemia e hemoglobina glicada, colesterol, glicemia com colesterol, teste de dengue, Teste do Pezinho, coagulação (RNI/TP) e perfil lipídico (Col, HDL, Tri). Outro diferencial da empresa é o Laboratório de Manipulação, que é um dos mais modernos do Brasil.





A empresa não mede esforços para criar uma experiência única para seus clientes. Dentro do App Araujo existem diversos recursos para facilitar a vida do cliente. Na opção Receita Ágil é possível comprar medicamentos com receita de forma rápida e simples. Basta o cliente fotografar a receita e anexar ao pedido e efetuar a compra pelo aplicativo.

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