Novos capítulos virão com a expectativa de desembarque, em breve, no
Brasil de novos investidores de peso, como a norte-americana Amazon e a
chinesa Alibaba. As grandes marcas brasileiras estão se movimentando.
Carlos Plácido Teixeira
Colunista Radar do Futuro - Diário do Comércio
A quinta edição do Black Friday, no final de novembro, aponta para mais um salto evolutivo do comércio eletrônico no Brasil, seguindo as ondas mundiais. A ação promocional, baseada em descontos de preços, amadurede, integrada ao calendário brasileiro do mercado de consumo. Antecipa a uma nova etapa da história da comercialização de produtos pela internet. Novos capítulos virão com a expectativa de desembarque, em breve, no Brasil de novos investidores de peso, como a norte-americana Amazon e a chinesa Alibaba. As grandes marcas brasileiras estão se movimentando.
Marcado para o dia 28 de novembro, na sexta-feira em que os empregados com carteira assinada recebem o décimo terceiro salário, neste ano, a Black Friday deve ter descontos próximos dos 30%, menores do que nas versões anteriores, mas mais adequedas à realidade brasileira. Os promotores prometem aumentar a vigilância para reverter a má imagem de anos passados. Nas outras edições, muitas reclamações se acumularam por conta de promessas não cumpridas, inclusive ofertas falsas. Como a de sites que aumentaram preços em dias anteriores para oferecer desconto no dia do evento.
Um selo de qualidade - Black Friday Legal - foi criado pela Câmara e.net, em parceria com o Busca Descontos, a organizadora oficial do evento. A iniciativa é destinada a combater a má fama, com a identificação das lojas comprometidas com a transparência das vendas. O selo só é fornecido às empresas que aceitarem cumprir o código de ética do evento. A norma proíbe falsas ofertas e exige a identificação correta dos produtos em promoção. A e-Bit, empresa especializada em estudos sobre o comércio eletrônico, espera um aumento de 56% no faturamento na edição deste ano do evento. A receita esperada é de R$ 1,2 bilhão.
Segundo o 30º relatório WebShoppers, divulgado pela E-bit, o e-commerce está conseguindo atrair cada vez mais o consumidor brasileiro. No primeiro semestre de 2014, o comércio eletrônico brasileiro registrou faturamento de R$ 16 bilhões, um crescimento nominal de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. Até o final do ano, a previsão é atingir uma receita de R$ 35 bilhões, resultado que será 21% superior ao registrado em 2013, alcançando 104 milhões de pedidos.
Concorrência - Atentas às oportunidades e ameaças dos negócios digitais, as principais marcas do varejo nacional se mobilizam. Promovem, para 2015, elevados investimentos em centros de distribuição e logística. A B2W, dona das marcas Americanas e Submarino, terá 14 unidades pelo país. A rede Magazine Luiza também investe na integração da estrutura logística com as lojas, para agilizar os processos de entrega das mercadorias vendidas.
Parece evidente uma preocupação em aumentar a qualidade da gestão da atividade on line, ainda marcada pela lentidão de entregas, entre várias lacunas no atendimento ao consumidor que busca comodidade. Um dos motivos é o aumento da base de usuários dos smartphones. Cada vez mais onipresentes nas mãos dos consumidores, os aparelhos reforçam as apostas da expansão das vendas do comércio móvel, o m-commerce. Hoje, no Brasil, 51,6% da população já tem acesso à internet. Apenas do segundo trimestre deste ano, foram vendidos 13 milhões de smartphones, o super computador de bolso disponível para o consumidor.
Há mais razões merecedoras da atenção. O mercado certamente monitora a movimentação da Amazon. A multinacional norte-americana iniciou a venda de livros no Brasil. E pode ampliar os negócios em algum momento, mostrando disposição semelhante á já adotada em mercados onde investe em diversificação de atividades.
O gigante chinês do mercado de internet Alibaba também deve estar no radar das áreas de inteligência empresarial. Depois de levantar US$ 25 bilhões na bolsa de Nova York, na maior abertura de capital da história, em setembro, a empresa começou a procurar empreendimentos para comprar no Brasil. Hoje, o País já é um grande mercado para a marca chinesa de comércio eletrônico. O site Aliexpress, operação do Alibaba que vende produtos de atacadistas chineses a preço de loja de 1,99, já é o sétimo de comércio eletrônico mais acessado no Brasil. Está à frente de sites como Dafiti, Livraria Saraiva e Centauro. Segundo dados da ComScore, o número de visitantes únicos em setembro deste ano chegou a 9,6 milhões, mais do que o dobro que no mesmo período do ano passado.
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