terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Riscos da mineração serão crescentes
O alto risco da mineração, típico da atividade, será ainda mais acentuado, em 2015. A projeção é do economista Alexildo Vaz, editor do site especializado Notícias de Mineração Brasil.
O setor, estratégico para o desempenho de Minas Gerais, vai enfrentar um contexto de incertezas formado por preços em queda, comunidades cada vez mais resistentes à ideia de receber mineradoras e acionistas e investidores mais desconfiados sobre as perspectivas da atividade.
O mundo não conta com a China como motor da demanda. Alexildo Vaz destaca que, segundo a BHP, maior mineração do mundo, o crescimento da produção chinesa de aço deve permanecer em torno de 3% na próxima década. Mas uma redução no consumo foi antecipada. “Alan Chirgwin, gerente-geral de Marketing e de Minério de Ferro da mineradora, avalia que o consumo cresceu cerca de 1,5% em 2014 e deve diminuir para entre 0,5% e 1,5% em 2015. Um crescimento de modesto a marginal”, destaca o editor da Notícias de Mineração Brasil. Ele assinala, ainda, que o presidente de Marketing da BHP, Mike Henry, espera que a taxa de crescimento da China fique entre 7,2% e 7,3%, o que confirmaria as expectativas dos analistas sobre o menor crescimento desde a década de 1990.
“Mesmo nesse cenário medonho há oportunidades”, contemporiza o especialista em produção de análises sobre o mercado global de atividades extrativas minerais. O momento será adequado, por exemplo, para a renegociação de contratos, possibilitando repassar os efeitos negativos dos impactos da retração econômica sobre a cadeia de suprimentos. As empresas devem focar em engenharia, produção e equipamentos. Entre os destaques das oportunidades, , a implantação de inovações voltadas para o aumento de produtividade. “É preciso ficar de olho no longo prazo, caso a fase ruim dos preços se prolongue”, sugere o especialista.
As oportunidades também estarão concentradas na produção de minerais para nichos de mercado, em baixos volumes, com destaque para pedras semi-preciosas, diamantes e materiais de construção de alto valor agregado. As empresas devem reforçar o planejamento tributário com o objetivo de identificar possíveis oportunidades de redução de despesas. E estarão focadas em licenças sociais, “para evitar surpresas vindas de terceiros, como comunidades, é melhor se antecipar às demandas e buscar o diálogo”.O quadro de ameaças de 2015 para a mineração é aberto pela perspectiva de aumento do custo de mão-de-obra e de serviços especializados”. “A queda generalizada de preços nas commodities minerais deve continuar, de forma mais suave, em 2015”, avalia Alexildo Vaz. Aumentos de tributos e de custos com royalties rondam a atividade, assim como dificuldades para obter financiamentos e empréstimos, estimulando a retração de investidores.
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