Colunista Radar do Futuro - Diário do Comércio
“Finalmente, em 2015 vamos tratar a água como um assunto sério”. Publicada na versão britânica da revista Wired, em uma edição especial sobre perspectivas para os próximos meses, a frase aponta para a oportunidade irônica. A crise da oferta transforma algo tratado como possibilidade quase teórica, em uma tendência, em acontecimento real. E força a sociedade a encarar fatos. O problema não é apenas da atual carência de chuvas e de falta de planejamento adequado. É dos próximos anos. Do futuro. Pelo menos nos próximos cinco anos, as principais regiões metropolitanas vão conviver com a escassez de água.
Em especial em São Paulo, a população está na iminência de sentir os efeitos do esgotamento do sistema Cantareira, o que vai gerar traumas sociais, econômicos e políticos já no curto prazo. As três maiores regiões metropolitanas brasileiras estão encarando o risco do racionamento. São 46 milhões de pessoas. Sem visão preventiva, 95% dos hospitais, empresas, indústrias e hoteis paulistas não têm qualquer plano de contingência.
No momento, o Brasil corre vários riscos associados ao fenômeno da falta de água. Além da falta do produto vital nas torneiras, já dada como certa, uma das maiores ameaças é a continuidade do foco no momento, sem visão de futuro. As iniciativas ficam restritas à busca de culpados.
Também há a forte possibilidade de que ações sejam desconsideradas, a partir da falsa crença de que tudo se restringe a uma falta ocasional de chuvas e que obras emergenciais possam gerar alguma solução. A chance de a população acreditar que o problema é passageiro deve preocupar, pois ela pode não aderir a campanhas de uso racional do produto essencial. Finalmente, não ter o envolvimento de indústrias e da agropecuária, grandes consumidores e responsáveis por parte maior dos problemas atuais.
Desafios na edição especial, a revista Wired vê uma chance de busca por soluções para o problema surgir na prática. Jacob Tompkins, diretor-gerente da Waterwise, uma ONG sediada no Reino Unido e promotora do uso sustentável da água, acredita que o mundo vai ver muito mais investimentos em soluções para os sistemas de água residenciais. Terão visibilidades as propostas inovadoras, tradicionamente instataladas apenas em poucos imóveis com preocupações ecológicas, as casas verdes.
Os usuários, assim como as companhias, devem prestar atenção no aproveitamento da água usada.Precisa ser expandida a consciência de que águas residuais são um recurso a mais. Na verdade, a forma como a sociedade lida,hoje, com a água tratada está impregnada de erros. Como assinala Jabob Tompkins, ao tomar banho, a água é esquentada e passa pelo corpo em três segundos. O calor e materiais como fosfato e nitratos são desconsiderados ao retornar para as tubulações públicas, ao invés de encontrar novas utilidades.
As inovações focadas em reaproveitamento vão evoluir, necessariamente, incluindo componentes como trocadores de calor em chuveiros, bandejas e encanamento que recolhem a chuva dos telhados, água da limpeza e lavagem utilizada em vasos sanitários. Tudo para garantir a menor perda possível. O impulso para os novos hábitos dos consumidores deve vir, também, das empresas de serviços públicos de água, como a Copasa, em Minas. Elas deixarão de ser fornecedoras de água para assumir o papel de prestadores de serviços em utilização do produto.
Quando os eventos climáticos, que pareciam extraordinários, passam a acontecer com maior frequência, as empresas devem se preparar para um “novo normal”. Nos Estados Unidos uma seca sem precedentes em 2014 acendeu o sinal de alerta sobre a necessidade de mudanças na forma de uso da água. Como resultado, a utilização racional de água já caminha para esse campo. Apenas três por cento da água de qualidade para beber é utilizada para tirar a sede. Grande parte da água tratada é destinada para regar gramados e jardins, lavar roupas e louças, tomar banho, lavagens e outros usos. A cada dois minutos, nos Estados Unidos, uma canalização quebra, gerando uma perda anual de 2,6 bilhões de dólares. A reciclagem da água usada também será essencial para a manutenção da agropecuária, que será cada vez mais pressionada nos próximos anos
Mais tendências
Café
O setor cafeeiro já demonstra preocupação com a 2016/17 pois, pelo segundo ano consecutivo, o clima quente e seco castiga as lavouras brasileiras. Segundo o Conselho Nacional do Café (CNC), os cafezais apresentam baixo índice de desenvolvimento para a colheita do próximo ano, reflexo do clima desfavorável.
Sem chuva
A fase fria, temperatura abaixo da média, do oceano Pacífico é um das explicações para a falta de chuva dos últimos verões sobre o Sistema de Cantareira. Com base nos dados, o Climatempo projeta chuvas apenas no verão de 2016 para 2017, com incidência acima da média.
“Finalmente, em 2015 vamos tratar a água como um assunto sério”. Publicada na versão britânica da revista Wired, em uma edição especial sobre perspectivas para os próximos meses, a frase aponta para a oportunidade irônica. A crise da oferta transforma algo tratado como possibilidade quase teórica, em uma tendência, em acontecimento real. E força a sociedade a encarar fatos. O problema não é apenas da atual carência de chuvas e de falta de planejamento adequado. É dos próximos anos. Do futuro. Pelo menos nos próximos cinco anos, as principais regiões metropolitanas vão conviver com a escassez de água.
Em especial em São Paulo, a população está na iminência de sentir os efeitos do esgotamento do sistema Cantareira, o que vai gerar traumas sociais, econômicos e políticos já no curto prazo. As três maiores regiões metropolitanas brasileiras estão encarando o risco do racionamento. São 46 milhões de pessoas. Sem visão preventiva, 95% dos hospitais, empresas, indústrias e hoteis paulistas não têm qualquer plano de contingência.
No momento, o Brasil corre vários riscos associados ao fenômeno da falta de água. Além da falta do produto vital nas torneiras, já dada como certa, uma das maiores ameaças é a continuidade do foco no momento, sem visão de futuro. As iniciativas ficam restritas à busca de culpados.
Também há a forte possibilidade de que ações sejam desconsideradas, a partir da falsa crença de que tudo se restringe a uma falta ocasional de chuvas e que obras emergenciais possam gerar alguma solução. A chance de a população acreditar que o problema é passageiro deve preocupar, pois ela pode não aderir a campanhas de uso racional do produto essencial. Finalmente, não ter o envolvimento de indústrias e da agropecuária, grandes consumidores e responsáveis por parte maior dos problemas atuais.
Desafios na edição especial, a revista Wired vê uma chance de busca por soluções para o problema surgir na prática. Jacob Tompkins, diretor-gerente da Waterwise, uma ONG sediada no Reino Unido e promotora do uso sustentável da água, acredita que o mundo vai ver muito mais investimentos em soluções para os sistemas de água residenciais. Terão visibilidades as propostas inovadoras, tradicionamente instataladas apenas em poucos imóveis com preocupações ecológicas, as casas verdes.
Os usuários, assim como as companhias, devem prestar atenção no aproveitamento da água usada.Precisa ser expandida a consciência de que águas residuais são um recurso a mais. Na verdade, a forma como a sociedade lida,hoje, com a água tratada está impregnada de erros. Como assinala Jabob Tompkins, ao tomar banho, a água é esquentada e passa pelo corpo em três segundos. O calor e materiais como fosfato e nitratos são desconsiderados ao retornar para as tubulações públicas, ao invés de encontrar novas utilidades.
As inovações focadas em reaproveitamento vão evoluir, necessariamente, incluindo componentes como trocadores de calor em chuveiros, bandejas e encanamento que recolhem a chuva dos telhados, água da limpeza e lavagem utilizada em vasos sanitários. Tudo para garantir a menor perda possível. O impulso para os novos hábitos dos consumidores deve vir, também, das empresas de serviços públicos de água, como a Copasa, em Minas. Elas deixarão de ser fornecedoras de água para assumir o papel de prestadores de serviços em utilização do produto.
Quando os eventos climáticos, que pareciam extraordinários, passam a acontecer com maior frequência, as empresas devem se preparar para um “novo normal”. Nos Estados Unidos uma seca sem precedentes em 2014 acendeu o sinal de alerta sobre a necessidade de mudanças na forma de uso da água. Como resultado, a utilização racional de água já caminha para esse campo. Apenas três por cento da água de qualidade para beber é utilizada para tirar a sede. Grande parte da água tratada é destinada para regar gramados e jardins, lavar roupas e louças, tomar banho, lavagens e outros usos. A cada dois minutos, nos Estados Unidos, uma canalização quebra, gerando uma perda anual de 2,6 bilhões de dólares. A reciclagem da água usada também será essencial para a manutenção da agropecuária, que será cada vez mais pressionada nos próximos anos
Mais tendências
Café
O setor cafeeiro já demonstra preocupação com a 2016/17 pois, pelo segundo ano consecutivo, o clima quente e seco castiga as lavouras brasileiras. Segundo o Conselho Nacional do Café (CNC), os cafezais apresentam baixo índice de desenvolvimento para a colheita do próximo ano, reflexo do clima desfavorável.
Sem chuva
A fase fria, temperatura abaixo da média, do oceano Pacífico é um das explicações para a falta de chuva dos últimos verões sobre o Sistema de Cantareira. Com base nos dados, o Climatempo projeta chuvas apenas no verão de 2016 para 2017, com incidência acima da média.
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