sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Futuro da veterinária: profissão terá oportunidades

Minha filha, Luiza Fernanda, tem 17 anos, adora animais e pretende fazer veterinária. É uma boa alternativa?
Minha filha, Luiza Fernanda, tem 17 anos, adora animais e pretende fazer veterinária. É uma boa alternativa?

Luiza Fernanda deve encontrar um mercado promissor em 2025, quando se formar em medicina veterinária, como ela imagina hoje, enquanto se prepara para fazer o Enem em 2019. Em um cenário de revolução tecnológica e transformações gerais na sociedade do futuro, os especialistas no diagnóstico, monitoramento, tratamento ou pesquisa de doenças e lesões de animais, profissionais da especialidade tendem a  conviver com o crescimento de demanda por seus serviços.





Em meados da próxima década, a profissão não deve sofrer impactos negativos dos avanços das tecnologias na geração de oportunidades de trabalho. Aliás, as inovações podem gerar, até lá, novos recursos para o acompanhamento da saúde dos bichos e prescrição de tratamentos.





Luiza Fernanda será favorecida por fatores econômicos e sociais, inclusive pelas mudanças demográficas, como o envelhecimento da população e redução do tamanho das famílias. Hoje, mesmo com uma crise geral, o segmento registra crescimento da demanda por conta das mudanças do perfil da população e por novos hábitos e interesses que envolvem a posse e o cuidado com os animais.





A medicina veterinária vem obtendo mudanças consideráveis em seu perfil de demanda. Os veterinários de 2018 são capazes de oferecer muitos serviços comparáveis ​​aos cuidados de saúde para os seres humanos, incluindo procedimentos mais complicados, como tratamentos de câncer e transplantes de rim. E isto tende a evoluir. Por assim dizer, bichos vão preencher o espaço que no passado eram ocupados pelas crianças.





Processos industriais





É bom lembrar que nem tudo na medicina veterinária é “pet”. A atividade também é favorecida por demandas da área agroindustrial, ponto forte da economia brasileira. A futura profissional poderá se envolver em questões de saúde, alimentação e reprodução de rebanhos, segmento onde assume o papel de inspeção produção de alimentos de origem animal. A especialidade tem função estratégica na verificação do cumprimento das normas de higiene nas indústrias, a fim de evitar a transmissão de doenças para o ser humano.





Na indústria alimentícia, há oportunidades decorrentes da necessidade de controle dos processos de produção. Em qualquer indústria que use matéria-prima de origem animal, a presença do graduado é indispensável para fazer o controle das proteínas que serão consumidas. E o especialista pode atuar, ainda, na área de vendas de alimentos, remédios, vacinas e de outros artigos para animais.





Futuro da veterinária





Você entregaria o seu bichinho de estimação a um robô? A probabilidade de que a resposta seja totalmente majoritária pelo “não” só pode levar a uma conclusão: em 2025, quando Luiza Fernando pretende terminar o curso, o trabalho dos veterinários não será executado por máquinas inteligentes.





O componente humano da relação com o cliente será uma garantia de que as oportunidades existirão. Um estudo de Carl Benedikt Frey and Michael A. Osborne, dois pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, atesta que a profissão tem apenas 3,8% de chances de ser automatizável. Há uma necessidade evidente, também, da inteligência humana para avaliar detalhes do comportamento humano na relação com seus bichos.





Os pontos fracos da profissão, especialmente para quem imagina trabalhar exclusivamente com animais doméstico, estão associados ao fato de que a atividade não é essencial, apesar de importante. O valor do trabalho pode ser inacessível para grande parte da população, em uma situação de falta de empregos e de concentração de renda, que pode ocorrer no futuro. A demanda pelos serviços tende a continuar crescendo, mas a renda que será gerada para o pagamento pode ser reduzida, desvalorizando o profissional.





Impactos tecnológicos





A evolução tecnológica terá papel importante na evolução da medicina veterinária. A começar pelo uso de sistemas que vão agilizar os diagnósticos de doenças. Recursos disponíveis para humanos, como exames de sangue com resultados imediatos, tendem a ser transferidos para os consultórios veterinários.





A vida dos animais também será expandida, assim como as dos seres humanos. Chips poderão monitorar continuamente a saúde dos bichos. E próteses darão a oportunidade de recuperação de movimentos para os animais vítimas de acidentes. O cenário revela, então, que o especialista deverá estar aberto ao dominio de recursos tecnológicos para garantir espaço no mercado de trabalho.

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