A inquietação tem origem na sobrecarga de informações -- information overload -- expressão que preocupa tanto educadores quanto gestores de empresas. "Dificuldade na tomada de decisão, redução da produtividade e mal estar são algumas das consequências imediatas do excesso de conteúdos oferecidos pela internet", assinala Sérgio Viegas, especialista, co-autor do livro "Gestão da Informação e Atenção".
A gestão da atenção integra os conceitos da economia da atenção, nova área de estudo que ganha impulso com a expansão da internet. O tema não é, necessariamente, novo, destaca Sérgio Viegas. O aumento do volume de conhecimentos começa na invenção da prensa, por Guttenberg, que possibilitou o acesso aos meios impressos.
Information Overload é uma das causas do déficit de atenção atual. Este excesso tem sido estudado e já existem técnicas para reduzir tal sobrecarga, que não apenas gera estresse. Segundo estudos científicos realizados em institutos mundiais, um profissional que interrompe a rotina para ler um email gasta em torno de 25 minutos para retornar efetivamente à tarefa. “A combinação de ferramentas como o twitter, redes sociais, emails, alteração de páginas web, aplicativos internos e os nossos celulares acelera a interrupção das tarefas e a dispersão. "Se a atenção não vem, vamos atrás delas", assinala Sérgio Viegas.”
O especialista questiona, em especial, os efeitos do excesso de informações nos próximos anos. Em cerca de 10 anos as pessoas estarão acessando a internet em todos os momentos, de qualquer lugar e por diferentes meios. Diante do fato inevitável de que as pessoas devem se informar por estas fontes, filtros são criados, mas falham. "Embora a inteligência artificial tenha evoluido muito, daqui a uns 20 anos, atuarão como “secretárias de luxo” (mas estas falham também).
Daqui em diante, é necessário aprender, captar e usar o lema menos é mais: qualidade é melhor que quantidade.
A cultura empresarial e social terá de se adaptar para encarar a realidade. Ocorrerá aos poucos a introdução de ferramentas de apoio. Microsoft, IBM, Intel e diversas outras empresas como a Google pensam nisto e estão desenvolvendo soluções. "Mas é como o aquecimento solar, depende de cada um de nós", assinala Sérgio Viegas.
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