Radar do Futuro
Redação
"O setor de varejo e shopping center está passando por uma das transformações mais profundas e completas em sua história de 60 anos". O reconhecimento sobre o momento de quebra de padrões do segmento é do International Council of Shopping Centers (ICSC), entidade fundada em 1957, como principal representante da indústria de shopping center, que coordena o projeto "Envision 2020", um levantamento de tendências que envolve representantes de todos os setores do varejo global.
O ICSC abrange mais de 70 mil membros em mais de 100 países, incluindo proprietários de shopping centers, desenvolvedores, gerentes, especialistas de marketing, investidores, varejistas e corretores, bem como acadêmicos e funcionários públicos. Os estudos realizados confirmam a percepção de que o conceito central do shopping center está em mutação. Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da GS&BW, consultoria especializada no varejo, assinala, em artigo publicado no site da empresasos empreendimentos perderão o perfil atual, de templos de consumo. Ganharão contornos de uma comunidade dedicada aos seus frequentadores, onde varejo e entretenimento misturam-se e completam-se.
O futuro preocupa o setor, que busca alternativas no momento atual, que, com a diversidade de opções para o consumidor, e em um cenário de retração do mercado interno, a diferenciação ganha atenção especial. Segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce ), o Brasil tem hoje 527 shoppings espalhados por todo o território. Todas capitais brasileiras possuem um shopping. Com crescimento de 10,1% em 2014, os shoppings atraíram público de 431 milhões de pessoas por mês, o que significa que o brasileiro, neste período, frequentou este tipo de estabelecimento pelo menos duas vezes por mês.
A busca por novos modelos de negócios já é um fato. E para se destacar em um mercado grande e cada vez mais concorrido, os eventos no mall estão ganhando força como uma ferramenta de marketing e comunicação com o público frequentador do shopping. Os shoppings continuarão integrados à paisagem urbana. Manterão as estratégias destinadas a se posicionar como a redoma que deixa de fora os problemas do mundo.
Mas é internamente, na combinação do perfil das lojas que o cenário tende a sofrer mudanças mais substanciais. Do ponto de vista tecnológico, a internet dará o tom das tendências do comércio, que terá maior convivência com a prestação de serviços. "Lojas de vestuário serão menos predominantes, dando lugar a supermercados, escolas e cursos, serviços médicos e restaurantes", assinala Luiz Marinho,
Projeto Envision 2020
Os oito eixos principais das mudanças do perfil dos centros de compra nos próximos cinco anos
- Convergência do varejo físico e online
- Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens
- Intimidade sem precedentes com os consumidores
- Aceleração da colaboração entre varejistas e shoppings
- Empreendimentos com formatos flexíveis, incorporando a ideia de pontos de distribuição
- Conversão dos shopping centers em comunidades
- Surgimento de um novo modelo misto de aluguel
- Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento
Fonte: Com informações de Luiz Alberto Marinho (marinho@gsbw.com.br), sócio-diretor da GS&BW
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