terça-feira, 1 de setembro de 2015

O futuro como um bom negócio

Autor traça um roteiro que auxilia as pessoas a desbravar incertezas e encarar o futuro sem o pânico contagiante ou o otimismo desenfreado


Heraldo Leite
Consultor Webmilk / Radar do Futuro

O consultor e futurista Daniel Burrus não prevê o futuro, nem tem uma bola de cristal na qual enxerga, através de rápidos insights e frases enigmáticas, o futuro. Pelo contrário. Ao longo das mais de 250 páginas de seu livro mais recente – “O Futuro com um bom negócio” – descreve um método com sete processos (veja abaixo) e conceitos que certamente vão auxiliar o leitor a desbravar incertezas e encarar o futuro sem o pânico contagiante ou o otimismo desenfreado.

Um dos grandes motes de Burrus é traçar uma divisão entre o que define de ‘Tendências Sólidas’ e ‘Tendências Frágeis’. Ou, segundo a definição do autor:
“Uma tendência sólida é uma projeção baseada em fatos, eventos e objetos mensuráveis, tangíveis e totalmente previsíveis. Uma tendência frágil é uma projeção baseada em estatísticas que têm a aparência de ser fatos tangíveis totalmente previsíveis.

Uma tendência sólida é algo que vai acontecer: um fato futuro.
Uma tendência frágil é algo que pode acontecer: um futuro talvez.”

Como exemplo, simples, didático e até divertido, Daniel Burrus conta que a título de análise fez uma projeção levando em conta que na época em que o cantor Elvis Presley morreu, em 1977, havia cerca de cem imitadores profissionais do Rei do Rock. Passados cinco anos, Burrus fez um levantamento estatístico do período entre 1977 e 1982 e projetou que pelos cálculos “rigorosamente científicos” no ano 2000 um em cada três norte-americanos seria um imitador profissional de Elvis e ganharia a vida rebolando ao som de “Jailhouse Rock”.

A partir daí, Burrus enumera erros e acertos de grandes e mega corporações, aponta caminhos e faz algumas previsões com rigor científico, mas com bons exemplos que facilitam a compreensão do leitor comum, não sem antes discorrer sobre processos históricos e sempre, sempre apostar em formas mais “humanas e solidárias” de se aproveitar a tecnologia e o conhecimento que virão nos próximos anos.

Mas engana-se quem pensa que projetar o futuro é ficar imaginando traquitanas tecnológicas e dezenas de aplicativos que vão povoar dispositivos cada vez menores ou telas holográficas bem ao estilo do filme “Minority Report”. Burrus teoriza sobre conceitos como ‘colaboração’ e ‘compartilhamento’, cada vez mais em voga hoje em dia, mas sequer arranhados em sua superfície real. Segundo o autor, três forças serão fundamentais para moldar nosso futuro: comunicação, colaboração e confiança.
Como estímulo à reflexão e à aplicação dos conceitos que apresenta no livro, ao final de cada um dos sete capítulos Daniel Burrus propõe uma série de ações que auxiliam o leitor na tomada de decisões e na mudança de atitudes.

Os sete desencadeadores:

  1. Comece com a certeza (utilize tendências claras para ver o que está por vir)
  2. Antecipe (baseie suas estratégias naquilo que você sabe sobre seu futuro)
  3. Transforme (utilize as mudanças conduzidas pela tecnologia em seu proveito)
  4. Pegue seu maior problema e ignore-o (na verdade, ele não é seu problema real)
  5. Parta para o oposto (olhe para onde ninguém está olhando para ver o que ninguém está vendo e fazer o que ninguém mais está fazendo)
  6. Redefina e reinvente (identifique e aproveite sua característica única, de maneiras novas e eficientes)
  7. Direcione seu futuro (ou alguém o direcionará por você)


Ficha: “O Futuro como um bom negócio – Como as percepções certas sobre o futuro determinam oportunidades únicas de negócios” Daniel Burrus com John David Mann, Editora Elsevier Campus, 279 páginas.

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