sábado, 19 de fevereiro de 2011

Em 2020, nova consciência sobre o consumo de carnes

Aos 11 anos, Beatriz, filha de veterinários em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, assumiu com toda a convicção do mundo, que não consumiria mais carnes. Nem os discursos sobre a importância das proteínas no desenvolvimento, na transição entre a infância e a adolescência, foram capazes de demover a menina da decisão. Ela assumiu as posições contrárias ao consumo de bifes bem ou mal passados, aos filés com batata fritas, servidos com fartura pelos pais, especialistas em cuidados de bovinos.
Com 20 anos, já em 2020, a adolescente será representante de uma geração numerosa que compartilha um novo relacionamento com a alimentação e que vetará o consumo não sustentável. Será porta-voz do contingente do consumo engajado, que rejeita as práticas crueis de produção de alimentos de origem animal. E valoriza as possibilidades da vida saudável.

Afinal, a geração de Beatriz tende a considerar seriamente a possibilidade de viver muito, mais de cem anos, e com muita qualidade de vida.  Os proprietários de fazendas serão obrigados a se adaptar aos movimentos dos consumidores engajados. Ao contrário dos pais, que tiveram parentes envolvidos com toda a efervescência do movimento hippie das décadas de 1960 e 1970, e conviveram com as ondas vegeterianas e naturalistas, Beatriz integra um segmento que entenderá a real necessidade de mudança de comportamento com o objetivo de garantir o futuro do planeta. O engajamento não reflete a rejeição ao modelo capitalista de exploração dos recursos disponíveis na natureza. É o individualismo colocado em questão.

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