sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Futuro da veterinária: profissão terá oportunidades

Minha filha, Luiza Fernanda, tem 17 anos, adora animais e pretende fazer veterinária. É uma boa alternativa?
Minha filha, Luiza Fernanda, tem 17 anos, adora animais e pretende fazer veterinária. É uma boa alternativa?

Luiza Fernanda deve encontrar um mercado promissor em 2025, quando se formar em medicina veterinária, como ela imagina hoje, enquanto se prepara para fazer o Enem em 2019. Em um cenário de revolução tecnológica e transformações gerais na sociedade do futuro, os especialistas no diagnóstico, monitoramento, tratamento ou pesquisa de doenças e lesões de animais, profissionais da especialidade tendem a  conviver com o crescimento de demanda por seus serviços.





Em meados da próxima década, a profissão não deve sofrer impactos negativos dos avanços das tecnologias na geração de oportunidades de trabalho. Aliás, as inovações podem gerar, até lá, novos recursos para o acompanhamento da saúde dos bichos e prescrição de tratamentos.





Luiza Fernanda será favorecida por fatores econômicos e sociais, inclusive pelas mudanças demográficas, como o envelhecimento da população e redução do tamanho das famílias. Hoje, mesmo com uma crise geral, o segmento registra crescimento da demanda por conta das mudanças do perfil da população e por novos hábitos e interesses que envolvem a posse e o cuidado com os animais.





A medicina veterinária vem obtendo mudanças consideráveis em seu perfil de demanda. Os veterinários de 2018 são capazes de oferecer muitos serviços comparáveis ​​aos cuidados de saúde para os seres humanos, incluindo procedimentos mais complicados, como tratamentos de câncer e transplantes de rim. E isto tende a evoluir. Por assim dizer, bichos vão preencher o espaço que no passado eram ocupados pelas crianças.





Processos industriais





É bom lembrar que nem tudo na medicina veterinária é “pet”. A atividade também é favorecida por demandas da área agroindustrial, ponto forte da economia brasileira. A futura profissional poderá se envolver em questões de saúde, alimentação e reprodução de rebanhos, segmento onde assume o papel de inspeção produção de alimentos de origem animal. A especialidade tem função estratégica na verificação do cumprimento das normas de higiene nas indústrias, a fim de evitar a transmissão de doenças para o ser humano.





Na indústria alimentícia, há oportunidades decorrentes da necessidade de controle dos processos de produção. Em qualquer indústria que use matéria-prima de origem animal, a presença do graduado é indispensável para fazer o controle das proteínas que serão consumidas. E o especialista pode atuar, ainda, na área de vendas de alimentos, remédios, vacinas e de outros artigos para animais.





Futuro da veterinária





Você entregaria o seu bichinho de estimação a um robô? A probabilidade de que a resposta seja totalmente majoritária pelo “não” só pode levar a uma conclusão: em 2025, quando Luiza Fernando pretende terminar o curso, o trabalho dos veterinários não será executado por máquinas inteligentes.





O componente humano da relação com o cliente será uma garantia de que as oportunidades existirão. Um estudo de Carl Benedikt Frey and Michael A. Osborne, dois pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, atesta que a profissão tem apenas 3,8% de chances de ser automatizável. Há uma necessidade evidente, também, da inteligência humana para avaliar detalhes do comportamento humano na relação com seus bichos.





Os pontos fracos da profissão, especialmente para quem imagina trabalhar exclusivamente com animais doméstico, estão associados ao fato de que a atividade não é essencial, apesar de importante. O valor do trabalho pode ser inacessível para grande parte da população, em uma situação de falta de empregos e de concentração de renda, que pode ocorrer no futuro. A demanda pelos serviços tende a continuar crescendo, mas a renda que será gerada para o pagamento pode ser reduzida, desvalorizando o profissional.





Impactos tecnológicos





A evolução tecnológica terá papel importante na evolução da medicina veterinária. A começar pelo uso de sistemas que vão agilizar os diagnósticos de doenças. Recursos disponíveis para humanos, como exames de sangue com resultados imediatos, tendem a ser transferidos para os consultórios veterinários.





A vida dos animais também será expandida, assim como as dos seres humanos. Chips poderão monitorar continuamente a saúde dos bichos. E próteses darão a oportunidade de recuperação de movimentos para os animais vítimas de acidentes. O cenário revela, então, que o especialista deverá estar aberto ao dominio de recursos tecnológicos para garantir espaço no mercado de trabalho.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

5 tecnologias que mudarão o comércio global para sempre

Para especialistas do Fórum Econômico Mundial, os impactos das tecnologias serão expandidos
Para especialistas do Fórum Econômico Mundial, os impactos das tecnologias serão expandidos

O comércio global está próximo do momento das grandes transformações decorrentes da introdução efetiva das tecnologias disruptivas. Aquelas mudanças capazes de substituir padrões antigos por novos. A avaliação é de Ziyang Fan e Cristian Rodriguez Chiffelle, especialistas e membros do Fórum Econômico Mundial, em texto publicado no site da organização.





Segundo eles, o mundo vive a etapa em que a combinação de diferentes tecnologias, em diferentes partes do ciclo de vida de adoção poderá  mudar a forma como os recursos são alocados e a operação do comércio internacional. "Os governos e as empresas precisam entender as tendências atuais para se manterem à frente da curva", assinalam.





Com atenção voltada aos movimentos dos Estados Unidos e da China, o mundo parece alheio ao que está ocorrendo de fato no comércio internacional. O planeta gira enquanto a maior parte das discussões se concentra na ameaça de uma guerra comercial, nas tarifas e na saúde da ordem global de comércio.





Tecnologias disruptivas





"Embora extremamente importantes, essas conversas estão perdendo um lado mais brilhante do comércio internacional -- como as tecnologias inovadoras na Quarta Revolução Industrial estão transformando o comércio, tornando os processos mais inclusivos e eficientes", assinalam Ziyang Fan e Cristian Chiffelle.





Eles reconhecem que o impacto das tecnologias não é novo para o sistema de comércio global. A revolução da energia a vapor conectou o mundo como nunca antes. A invenção dos contêineres de transporte lançou as bases para a globalização. Mais recentemente, tecnologias como o reconhecimento óptico de caracteres (OCR), aplicado à leitura de números de contêineres, identificação por radiofrequência (RFID) e códigos QR, para identificar e rastrear remessas e digitalização básica de documentos comerciais, melhoraram a confiabilidade e a eficiência do comércio internacional.





Há contradições pelo caminho. Persistem ainda acordos comerciais escritos no passado, transações vinculadas a grandes quantidades de papel e o financiamento que ainda depende de métodos bancários tradicionais. Ou seja, o sistema de comércio global não conseguiu tirar proveito das tecnologias de ponta, que poderiam tornar o comércio mais eficiente, mais inclusivo e menos oneroso.





Tecnologias em destaque





A partir de estudos realizados no Fórum Econômico Mundial, Ziyang Fan e Cristian Rodriguez Chiffelle fizeram uma lista de cinco tecnologias que vão mudar profundamente o comércio global nos próximos anos. Confira abaixo:





1. blockchain





As tecnologias de blockchain podem ter um tremendo impacto na cadeia de fornecimento do comércio global . Organizações comerciais como a Câmara de Comércio e Indústria de Dubai lançaram uma iniciativa para alavancar a tecnologia blockchain para tratar de questões relacionadas ao tema, como altos custos de operações e falta de transparência e segurança.





Além de tornar a movimentação de mercadorias mais eficiente e confiável, as soluções baseadas em blockchain estão alterando o sistema de financiamento do comércio mundial. Por exemplo, a tecnologia de blocos  está sendo usada para simplificar o longo e tedioso processo de obtenção de uma Carta de Crédito (LoC, da sigla em inglês), um mecanismo de pagamento usado no comércio internacional.





A Deloitte ajudou um banco indiano do setor privado a reprojetar sua emissão de LoC ao desenvolver uma solução blockchain que reduziu o tempo de emissão de 20 a 30 dias para horas. Em outros casos, empresas como a Skuchain estão facilitando o acesso à LoC ao mesmo tempo em que  fornece rastreamento em tempo real de bens e financiamento de estoque, o que agiliza as transações e permite que financiadores forneçam apoio de capital de giro a todos os parceiros da cadeia de fornecimento ao menor custo de capital.





2. Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina





A Inteligência Artificial e o Aprendizado de Máquina podem ser usados ​​para otimizar as rotas de envio comercial, gerenciar o tráfego de embarcações e caminhões nos portos. Também para traduzir as consultas de pesquisa de comércio eletrônico de um idioma para outro.





Mais do que ganhos de eficiência e melhores serviços ao consumidor, a inteligência artificial também está sendo usada para tornar o comércio global sustentável. Por exemplo, o Google lançou o Global Fishing Watch em 2016, uma ferramenta em tempo real que usa o aprendizado de máquina para combater a pesca ilegal, fornecendo uma visão global das atividades de pesca comercial com base nos movimentos de navios e dados de satélite. Pode ser usado por governos e outras organizações para identificar comportamentos suspeitos e desenvolver políticas sustentáveis.





3. Serviços de negociação através de plataformas digitais





É cada vez mais fácil negociar serviços on-line. Plataformas digitais como o Upwork permitem que os usuários encontrem provedores de serviços de todo o mundo para uma ampla gama de serviços e possam encontrar desde um desenvolvedor web na Sérvia até um contador no Paquistão assistente nas Filipinas.





Enquanto isso, startups como a plataforma internacional de aprendizagem VIPKID emparelham educadores americanos com crianças chinesas para ensinar inglês online. Essas plataformas digitais conectam perfeitamente os clientes aos provedores de serviços, de uma maneira que não era possível antes, quando esses serviços profissionais eram entregues principalmente em pessoa.





4. impressão 3D





O júri ainda está fora do impacto da impressão 3D no comércio global. Há estudos que prevêem que, uma vez que a impressão 3D de alta velocidade seja adotada em massa e barata o suficiente, o comércio global pode diminuir em até 25%, já que a impressão 3D exige menos mão de obra e reduz as necessidades de importação. 





Outros argumentam que tais visões são otimistas demais e não levam em conta a complexidade e a realidade da manufatura em massa.Independentemente das posições, o impacto da impressão 3D no comércio global é real, especialmente à medida que métodos mais rápidos e baratos de impressão 3D se tornam disponíveis.





5. Pagamentos móveis





Do Apply Pay ao Alipay para o M-Pesa, os pagamentos móveis estão transformando a maneira como vivemos e conectando mais pessoas às oportunidades de mercado. De acordo com o Banco de Dados de Inclusão Global do Banco Mundial , o número de pessoas que obtiveram acesso a contas bancárias aumentou 20% entre 2011 e 2014. As contas em dispositivos móveis foram um grande impulso para a inclusão financeira, especialmente nas economias emergentes.





 Pagamentos móveis estão transformando a maneira como vivemos

Por exemplo, na África Subsaariana, 12% dos adultos (64 milhões de adultos) têm contas celulares (em comparação com apenas 2% em todo o mundo), e 45% deles têm exclusivamente a na internet. À medida que a população recém-depositada se conecta a pagamentos móveis, será muito mais fácil para eles participar do comércio global, seja como consumidores ou empresas.





Desafios de governança





Deve-se notar que essas tecnologias também apresentam difíceis desafios de governança, tanto doméstica quanto transnacional. Da falta de estrutura de governança aos requisitos incompatíveis de licenciamento e tributação, a acordos comerciais desatualizados, não é possível simplesmente supor que essas tecnologias criarão raízes e darão frutos automaticamente.





As partes interessadas, tanto dos setores públicos quanto privados, devem trabalhar em conjunto para estabelecer a estrutura e promover o ambiente para que essas novas tecnologias liberem seu potencial positivo, enquanto mitigam os possíveis danos. Em particular, as partes interessadas devem adotar a abordagem de governança ágil com múltiplas partes interessadas e centrada no ser humano para permitir espaço para experimentação e para obter informações de um conjunto diversificado de participantes. 





Além disso, na ausência de um padrão global, os órgãos regionais devem se encarregar e liderar os esforços para harmonizar as regras regionais em questões como fluxo de dados, licenciamento e tributação.





As inovações tecnológicas oferecem um futuro estimulante para o comércio internacional entre as incertezas de hoje. "Com a abordagem governamental correta, essas inovações darão início a um crescimento comercial mais inclusivo e eficiente nos próximos anos", dizem os autores.





Informação original em Weforum.org

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

População brasileira é de 208 milhões de habitantes

Segundo a projeção do IBGE, o crescimento populacional foi de 0,82% de 2017 para 2018 - Rovena Rosa/Agência Brasil
Segundo a projeção do IBGE, o crescimento populacional foi de 0,82% de 2017 para 2018

Nielmar Oliveira
Repórter da Agência Brasil





A população brasileira é de 208.494.900 habitantes, espalhados pelos 5.570 municípios do país, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa é referente a 1º de julho e mostra crescimento populacional de 0,82% de 2017 para 2018. No ano passado, o Brasil tinha 207.660.929 habitantes.





Segundo as informações já publicadas no Diário Oficial da União (DOU), o município de São Paulo continua sendo o mais populoso do país, com 12,2 milhões de habitantes, seguido do Rio de Janeiro (6,7 milhões de habitantes), de Brasília e de Salvador, com cerca de 3 milhões de habitantes cada.





De acordo com a divulgação, 17 municípios brasileiros concentram população superior a 1 milhão de pessoas e juntos somam 45,7 milhões de habitantes ou 21,9% da população do Brasil.





Serra da Saudade, em Minas Gerais, é o município brasileiro de menor população, 786 habitantes, seguido de Borá (SP), com 836 habitantes, e Araguainha (MT), com 956 habitantes.





Estados





Os três estados mais populosos estão na Região Sudeste, enquanto os cinco menos populosos, na Região Norte. O mais populoso é o de São Paulo, com 45,5 milhões de habitantes, concentrando 21,8% da população do país. Roraima é o menos populoso, com 576,6 mil habitantes, apenas 0,3% da população total.





As estimativas da população residente para os municípios brasileiros, com data de referência em 1º de julho de 2018, foram calculadas com base na Projeção de População (Revisão 2018) divulgada no último dia 27 de julho pelo IBGE.





Imigrantes venezuelanos cruzam a fronteira com o Brasil.

Estudo incluiu imigrantes venezuelanos no estado de Roraima  - Marcelo Camargo/Agência Brasil





Segundo o instituto, essa revisão incorporou os imigrantes venezuelanos no estado de Roraima, dos quais 99% estavam concentrados nos municípios de Boa Vista e Pacaraima.





As estimativas populacionais municipais são um dos parâmetros usados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios e são referência para vários indicadores sociais, econômicos e demográficos.





Regiões metropolitanas





Entre as regiões metropolitanas e Regiões Integradas de Desenvolvimento (Rides), a de São Paulo é a mais populosa, com 21,6 milhões de habitantes, seguida do Rio de Janeiro (12,7 milhões de habitantes), de Belo Horizonte (5,9 milhões de habitantes) e da Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) do Distrito Federal e Entorno, com 4,3 milhões de habitantes.





Ainda entre as regiões metropolitanas ou Rides, 28 têm população superior a 1 milhão de habitantes e somam 98,7 milhões de habitantes, representando 47,3% da população total. O conjunto das 27 capitais totaliza 49,7 milhões de habitantes, reunindo 23,8% da população do país.

Produção orgânica: oportunidades do consumo

Produção orgânica cresce no Brasil - foto Rovena Rosa / Agência Brasil

Agência Brasil





Há várias gerações a agricultura orgânica está presente na rotina da família da paraibana Maria Alves, de 65 anos, uma das coordenadoras de um movimento de produção regional na Grande São Paulo. O exemplo veio da avó que viveu mais de 100 anos e dedicou-se à agricultura.





“Eu vivi sempre na agricultura. Com 7 anos, eu já ajudava meu pai. Em família de agricultores, os filhos já começam muito cedo a trabalhar. Minha avó viveu 101 anos, sempre na agricultura, foi uma mulher que enfrentou muitas coisas, mas ela criou os filhos dela e era uma mulher feliz”, disse Maria Alves.





No ano passado, o setor de orgânicos, incluindo alimentos – in natura e industrializados –, cosméticos e têxtil, faturou R$ 3,5 bilhões apenas no mercado nacional, de acordo com dados do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis). Em 2016, o faturamento foi R$ 3 bilhões. No primeiro ano do levantamento, em 2010, o setor havia faturado R$ 500 milhões.





Dados





Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atualmente são 17.075 registros de entidades produtoras de orgânicos no país, das quais cerca de 70% dos produtores são de agricultura familiar.





Em 2013, eram apenas 6.700 registros. O último censo do setor, de 2006, mostra ainda que a agricultura familiar participava com 30% do valor bruto da produção agrícola e agropecuária no Brasil, o que representava em torno de R$ 12 bilhões, segundo dados do ministério.





Existem dois tipos de certificação para produtores orgânicos. O ministério tem, atualmente, oito certificadoras credenciadas que fazem a fiscalização das propriedades e assumem a responsabilidade pelo uso do selo brasileiro.





Há também os Sistemas Participativos de Garantia (SPG), em que grupos formados por produtores, consumidores, técnicos e pesquisadores se certificam, ou seja, estabelecem procedimentos de verificação das normas de produção orgânica daqueles produtores que compõem o sistema. Tanto as certificadoras quanto os SPG precisam ser credenciados no Ministério da Agricultura.





Qualidade





Para a agricultora Maria Alves, a importância da produção orgânica está em preservar a terra, oferecer alimentação de qualidade à sociedade e cuidar da própria saúde ao não utilizar agrotóxicos e ainda produzir no modelo chamado agroecológico com respeito à biodiversidade e aos ciclos biológicos.





“Isso é segurança alimentar, mas ainda não temos soberania porque a pequena agricultura também precisa de incentivos, de ciência, de técnicas de apoio para podermos ampliar. É bom que todo mundo coma bem, por que não?”, reagiu.





Armazém do Campo vende produtos orgânicos, em Campos Elísios, região central de São Paulo.

Armazém do Campo vende produtos orgânicos, em Campos Elísios, região central de São Paulo - Rovena Rosa/Agência Brasil





Integrante de uma ação coletiva de produção regional com membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Maria Alves defende que o princípio econômico que rege a produção agrícola é o do “lucro ótimo” e, não do “lucro máximo”.





“A pequena agricultura [familiar] tem a diversidade, é normal você ter um pedacinho de terra e ali você ter um galinheiro, uma criação de pequenos animais, uma horta, um pomar, é diversidade. Você já ouviu falar que pequeno produtor ficou rico plantando? A ideia não é o lucro máximo, a gente tem que pensar no lucro ótimo: eu tiro meu sustento, eu consumo aquilo que eu planto com segurança e o excedente eu comercializo com segurança também porque você vem adquirindo consciência”, disse.





Preço





Maria Alves discorda da supervalorização dos produtos orgânicos em relação ao preço que é comercializado nos supermercados. “O certo não é ter um produto para ganhar muito dinheiro, esse produto vai para as mesas, vamos fazer um preço que as pessoas tenham acesso. Produzir com qualidade, talvez não com quantidade, porque quando você pensa em quantidade você vai explorar ou o homem ou a terra. Não pode ser um projeto de exploração e recursos", disse.Edição: Carolina Pimentel Tags: PRODUTOS ORGÂNICOS

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Mineiro representa o Brasil na WorldSkills, na Rússia

Aluno de Eletrônica do Senai Nathan Martins Pacífico é o vencedor da seletiva para competição internacional na Rússia em 2019









Radar do Futuro





O mineiro Nathan Martins Pacífico levou para casa o pódio da ocupação Eletrônica e a chance de representar o Brasil na maior competição profissional do mundo: a WorldSkills. Promovido pela Internacional Vocation Training Organization (IVTO), o evento é realizado a cada dois anos, desde 1950. Tem o objetivo de promover o intercâmbio entre jovens profissionais de vários países e propiciar a troca de habilidades, experiências e inovações tecnológicas.





Os jovens profissionais que competem neste torneio são selecionados por seus respectivos países. Além de participarem apenas uma vez desse torneio, os competidores escolhidos devem ter, no máximo, 22 anos de idade.





Ao comemorar o resultado, Nathan Pacífico reconheceu a importância do apoio recebido. Ele concorreu com 49 jovens representando Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. A seletiva foi realizada foi realizada de 19 a 24 de agosto no Senai Cetel.





Além de Natan, mais dois competidores subiram ao pódio: Wellinthon da Silveira Kiiller, do Paraná, com a medalha de Prata e Iury Goulart Collares, do Rio Grande do Sul, com o Bronze. "Para além da vitória, o que fica de legado de se participar de uma competição como essa é o aprendizado de força e perseverança", comenta Edmar Alcântara, gerente de Educação Profissional do Senai MG.





Os primeiros lugares passarão por um ano de treinamento Top One, antes de integrarem a delegação brasileira que irá para Kazan, Rússia, em agosto de 2019. O desempenho deles que decidirá a participação na WorldSkills.





“Eles ainda têm um ano de treinamento e só depende deles a classificação”, conta Paula Elizabeth Corrêa Alves Gomes, coordenadora da equipe mineira. "O futuro de vocês é agora. Em breve vocês serão educadores, empreendedores e o que mais desejarem e esse futuro começa aqui", afirmou Cláudio Marcassa, diretor regional do Senai MG.





Com informações da Assessoria de Comunicação da Fiemg

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Eleições: 75% dos deputados devem se reeleger

Estudo do Diap confirma a perspectiva de baixa renovação do número de parlamentares - Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil
Estudo do Diap confirma a perspectiva de baixa renovação do número de parlamentares

Ana Cristina Campos
Agência Brasil





Estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Paralamentar (Diap) mostra que 79% dos 513 deputados federais tentarão a reeleição em outubro. Projeção da entidade aponta que 75% deles devem se reeleger. O levantamento foi feito com base após o registro das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).





De acordo com o Diap, o número de candidatos à reeleição (407) na Câmara ficou um pouco abaixo da média dos últimos sete pleitos (408), porém maior que na eleição de 2014, quando 387 tentaram renovar seus mandatos.





Dos 106 que não vão se recandidatar para a Câmara, 31 não vão concorrer a nenhum cargo neste pleito e 75 disputam outros cargos. Destes, 40 concorrem ao Senado; 11 são candidatos a vice-governador; nove disputam o governo do estado; sete tentam vaga de deputado estadual; seis são suplentes de candidatos ao Senado; e dois são candidatos à Presidência da República.





Na avaliação do analista político Neuriberg Dias, um dos autores do levantamento, a expectativa e o sentimento da população por renovação na Casa serão “frustrados”neste pleito.





Segundo Neuriberg Dias, o alto índice dos que vão tentar novo mandato com a continuidade dos grupos políticos (bancada rural, empresarial, evangélica, da bala e de parentes) que já estão no poder traz o risco de que a próxima composição da Câmara seja mais conservadora que a atual. “O perfil do Congresso Nacional será mantido. Esses grupos detêm muitos seguidores e pode ter até retrocesso”, disse o analista político.





Além de emendas parlamentares, os que estão se recandidatando têm outras vantagens em relação a um novo candidato: nome e número conhecidos, bases eleitorais consolidadas, cabos eleitorais fiéis, acesso mais fácil aos veículos de comunicação, estrutura de campanha, com gabinete e pessoal à disposição, em Brasília e no estado. 





O levantamento também indica que as mudanças na legislação que reduziram o tempo de campanha de 90 para 45 dias e do período eleitoral gratuito de 45 para 35 dias são outros dos motivos para a baixa renovação da Câmara.





“As mudanças na legislação eleitoral com a criação do fundo eleitoral e a janela partidária (período no qual foi permitida a troca de partido sem perda de mandato) permitiram aos deputados e senadores negociarem melhores condições na disputa da reeleição, como prioridade no horário eleitoral e na destinação dos recursos do fundo eleitoral”, avalia o Diap.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Experiência do cliente é aposta do varejo

A concorrência com o e-commerce está fazendo lojistas repensarem seus pontos de venda (PDV). O desafio de ter lojas eficientes e lucrativas será tema de palestra gratuita da próxima edição da Terça do Varejo. O encontro será no dia 21 de agosto, às 19 horas no Sebrae Lab (Av. Barão Homem de Melo, 329, bairro Nova Granada, BH). Inscrições podem ser feitas no sitewww.sebrae.com.br/minasgerais





A palestra "Lucre mais vendendo experiências inesquecíveis - a importância da experiência no ponto de venda para construção da marca e aumento nas vendas" será ministrada pela arquiteta Estela Netto. Com vasta experiência em arquitetura empresarial, Estela afirma que o jeito de consumir está muito mais ligado à experiência do que à necessidade. "O ato de comprar é muito mais emocional que racional", diz.





Por isso, a importância de os empresários pensarem bem seus negócios, como querem ser vistos por seus clientes e cuidarem de seus pontos de venda de forma a transmitir os atributos da marca. A arquitetura tem um impacto visual grande e ajuda o cliente a fazer uma imersão no universo do negócio, da marca. "Não dá mais para simplesmente expor produtos. O empresário tem que convidar o cliente a sentir, a experimentar", diz Estela. Para a arquiteta, a maioria das empresas ainda minimiza a importância dos PDVs para aumentar as vendar.





Terça do varejo





Lucre mais vendendo experiências inesquecíveis - A importância da experiência no ponto de venda na construção da marca e aumento nas vendas





Data: 21 de agosto
Horário: 19h às 21h
Local: Sebraelab
Endereço: Avenida Barão Homem de Melo, 329 - Nova Granada - Belo Horizonte/MG





Participantes presenciais: 40 no máximo
Informações: (31)3379-9174

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

FAPESP, GSK e Biominas apoiarão pesquisas em saúde

Agência FAPESP





A FAPESP, a GlaxoSmithKline Brasil (GSK) e a Biominas anunciam uma chamada de propostas para apoiar pesquisas inovadoras em doenças respiratórias, imunoinflamação, imuno-oncologia e HIV, a serem realizadas por pesquisadores vinculados a pequenas e médias empresas do Estado de São Paulo.





A FAPESP apoiará projetos segundo as condições do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). GSK e Biominas poderão oferecer apoio científico, técnico, de negócios e assessoria. 





Não há restrições sobre o mercado-alvo, mas as empresas a que se vinculam os pesquisadores responsáveis devem ter no máximo cinco empregados de tempo integral. 





Até 10 propostas serão selecionadas. Cada projeto será elegível a receber apoio por um período de até nove meses e até R$ 200.000,00 de financiamento (Fase 1). Um máximo de três desses projetos serão elegíveis a receber apoio adicional, na Fase 2 do PIPE, por um período de até dois anos, após o término do período inicial, e até R$ 1.000.000,00 em financiamento.





As propostas serão recebidas pela FAPESP até o dia 14 de agosto de 2020 – ou antes disso, caso o número máximo de propostas seja atingido.





A chamada de propostas está disponível em www.fapesp.br/11941.

Como a segurança cibernética impacta o setor de seguros

Segurança cibernética no setor de seguros





Com os crimes digitais cada vez mais frequentes, a área está entre as atividades econômicas impactadas que precisarão se adequar às mudanças





“Hoje não se pergunta mais se uma empresa vai ser invadida por um hacker e, sim, quando ela será invadida. Isso é, se já não foi.” Esse é o alerta do advogado Landulfo de Oliveira Ferreira Junior, sócio do escritório Abdalla, Landulfo e Zambrotti, de Belo Horizonte. Junto com Marcelo Blay – fundador e CEO da Minuto Seguros, especialista em segurança da informação no setor de corretagem de seguros – Landulfo vai ministrar a palestra Vendas online X Riscos cibernéticos, promovida pelo SindSeg MG/GO/MT/DF (Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros e de Capitalização dos Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e do Distrito Federal), no dia 21 de agosto, em Belo Horizonte.





Eles vão analisar o atual contexto e os desdobramentos da segurança digital no Brasil e no mundo, e como o consumo online pode e precisa ser aliado às novas práticas, tecnologias e legislações já adotadas em diversos países. Landulfo falará sobre Cyber Security (Segurança Cibernética). “Mesmo com o aumento visível de ataques desse tipo, as empresas continuam despreocupadas com relação ao problema, especialmente as pequenas e médias. As seguradoras, que operam com cadastros de clientes, estão entre as que precisam se atentar para o assunto”, informa ele.





Riscos e segurança cibernética





Com sua palestra na capital mineira, Landulfo visa alertar os profissionais da área de seguros, incluindo os corretores, para as novas dinâmicas e regras que a segurança digital de dados trará ao mercado e à operação online das empresas. “O foco agora é pensar além da venda online. Nesse processo, destaco o cuidado necessário em relação ao prejuízo que podemos causar a terceiros quando captamos, guardamos e compartilhamos informações pessoais”, enfatiza Landulfo.





Ele se refere aos chamados dados sensíveis, que vão de documentos gerais, a dados financeiros ou da saúde de um indivíduo. “A guarda dessas informações não pode mais estar vulnerável às invasões de hackers. Empresas como seguradoras são responsáveis por garantir a segurança desses dados contra os ataques cibernéticos, um risco inerente a qualquer atividade.”   





Algumas ações para se evitar invasões requerem práticas simples, como checar bem a procedência de e-mails, anexos, links, pen drivers, redes sociais e dispositivos externos antes de acessar, além de fazer uso de sistemas de proteção e bloqueio antivírus. Outras podem, em alguns casos, exigir investimentos em novas tecnologias, métodos e estrutura operacional e jurídica de guarda online, em conformidade com a legislação.





O seguro contra riscos cibernéticos é outra ferramenta que ganha força global. “Ele não evita, mas protege quando acontece um ataque cibernético em que se tenha, por exemplo, a constatação de que a empresa foi vítima de um ransomware – que, em linhas gerais, é o bloqueio de acesso às redes da empresa e o sequestro de dados”, explica Landulfo. Isso porque a captura criminosa de informações trava a rede de uma empresa, criptografa os dados e impede qualquer operação. O sistema só é liberado mediante depósito de criptomoedas. “O seguro devolve o acesso sem que seja necessário o pagamento de resgate, e cobre as despesas com ações de emergência, além de medidas  jurídicas,  como descriptografar o sistema e comunicar a ocorrência do ataque aos clientes – necessárias nesse tipo de situação”, exemplifica ele.





Serviço:





Conversa com especialistas: palestra Vendas online X Riscos Cibernéticos





Landulfo Ferreira – advogado e sócio da Abdalla, Landulfo e Zambrotti Sociedade de Advogados





Marcelo Blay – fundador e CEO da Minuto Seguros





Data: 21 de agosto – 8h30





Local: sede do SindSeg – Av. Afonso Pena, 726 – 22º andar – Centro – Belo Horizonte





Informações: SindSeng MG/GO/MT/DF – (31) 3271-0770 - https://sindsegmd.com.br/





Fonte:





Landulfo de Oliveira Ferreira Júnior





Graduado em Direito pela UFMG, mestre em Direito Empresarial pela Faculdade de Direito Milton Campos e professor da PUC-MG nos Cursos de Direito e de Ciências Atuariais, Landulfo também é o coordenador acadêmico do MBA Executivo em Seguros e Resseguro da Escola Nacional de Seguros, em Belo Horizonte, MG. Membro da AIDA-Brasil - Seção Brasileira da Associação Internacional de Direito de Seguros. Presidente da Comissão Especial de Assuntos Jurídicos e Fiscais do Sindicato das Empresas de Seguros, Capitalização, Previdência Complementar e de Resseguros no Estado de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e do Distrito Federal. Coordenador Jurídico do Conselho Empresarial de Seguros da ACMINAS.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

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Como a indústria têxtil pode reaproveitar materiais

O reaproveitamento de tecidos na indústria têxtil é tema de bate-papo no MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal





Em mais uma edição do projeto CoMciência, o Museu reúne especialistas da área para roda de conversa sobre moda, economia criativa e sustentabilidade





Reciclar, Reutilizar e Reduzir. Você sabia que os 3R's da sustentabilidade podem ser aplicados também na moda? O MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal abre espaço para esse debate. Em parceria com o Observatório da Reciclagem Inclusiva e Solidária (ORIS), o espaço, por meio do projeto CoMciência, promove no dia 16 de agosto, às 19h30, um bate-papo sobre como a economia criativa atua na promoção da reutilização e do reaproveitamento dos tecidos na indústria têxtil.  





Muito se fala que a produção do lixo em grande escala tornou-se um dos principais problemas da sociedade de consumo. Diariamente, milhares de resíduos são descartados incorretamente e geram grandes impactos para o meio ambiente e para a qualidade de vida no planeta. Na moda, esse cenário não é diferente. Mas como é possível transformar roupas usadas, tecidos desgastados, objetos de decoração e uso cotidiano, dando nova vida a esses produtos? Essa edição do projeto CoMciência fará essa reflexão. 





Estarão presentes no bate-papo Lívia Ferreira, bióloga, técnica do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (INSEA), que atua na implantação do Programa Lixo Zero Santa Tereza e na assessoria das organizações de catadores para promoção do reuso e reaproveitamento. Glaucinei Rodrigues Corrêa, Mestre em engenharia de materiais pela Universidade Federal de Ouro Preto, doutor em arquitetura e coordenador do curso de design da UFMG é outro especialista convidado para essa roda de conversa. Além de Francisca da Silva, artesã, costureira e empreendedora da economia solidária.





Conheça o MM Gerdau





Implantado em 2010, no prédio onde funcionava a Secretaria de Educação de Minas Gerais, o MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal abriga atualmente um importante acervo sobre mineração e metalurgia. Com concepção museográfica de Marcello Dantas e projeto arquitetônico de Paulo Mendes da Rocha e Pedro Mendes da Rocha, o museu utiliza a tecnologia de forma lúdica e criativa para apresentar o universo dos metais, dos minerais e seus componentes. São 18 salas de exposição e 44 atrações em 3D e 2D. O espaço cultural funciona de terça a domingo e apresenta uma programação direcionada a diversas idades.





Sobre o projeto CoMciência





O projeto CoMciência tem o objetivo de difundir e tornar mais acessíveis conteúdos científicos. Por meio de palestras e cursos abertos ao público, assuntos de diversas áreas da ciência são tratados no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal. O projeto CoMciência abre ao público, sendo ele acadêmico ou não, a possibilidade de conhecer e debater sobre temáticas atuais que têm relação com algumas dessas áreas científicas.





Sobre o ORIS





O Observatório da Reciclagem Inclusiva e Solidária (ORIS) é um espaço de produção e  gestão do conhecimento para promoção da reciclagem inclusiva e difusão de soluções técnicas para o problema do lixo urbano. O ORIS procura integrar os conhecimentos acadêmicos, com o saber técnico e prático para gerar mais aprendizado.





Criado em 2012, em Belo Horizonte, a rede é formada pelas seguintes organizações: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Insea, Fundación Avina, WIEGO Internacional, Movimento Nossa BH, Associação Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (Ancat) e o Instituto Sustentar.





O ORIS realiza diversas atividades anuais desde seminários, ciclos de estudos, pesquisas, intercâmbios e assessoria às organizações de catadores do Brasil. 





Serviço:





Projeto CoMciência - Roda de conversa - Soluções criativas e desafios para a reciclagem de tecidos e a indústria da moda 





Data: 16 de agosto





Horário:​ 19h30





Local: MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal – Praça da Liberdade, s/n° - Prédio Rosa





Entrada gratuita. Sujeito à lotação do espaço.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Em 2020, frutas e hortaliças terão identificação de origem

Iniciativa aprovada por exportadores é recebida com preocupação pela agricultura familiar - Foto: Agência Brasil
Iniciativa aprovada por exportadores é recebida com preocupação pela agricultura familiar

Alex Rodrigues
Agência Brasil  Brasília





Até fevereiro de 2020, todos os vegetais frescos destinados ao consumo humano deverão estar aptos a serem rastreados ao longo de toda a cadeia produtiva - ou seja, da produção à venda ao consumidor final, passando pela distribuição e estocagem. Será o resultado de novas regras de rastreabilidade de frutas, hortaliças e ervas aromáticas, que começaram a ser implementadas em todo o País. 





O principal objetivo da instrução normativa publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em fevereiro deste ano é permitir o monitoramento e o controle de resíduos de agrotóxicos nos vegetais. De acordo com o ministério, as irregularidades com agrotóxicos e contaminantes em produtos vegetais mais comumente identificadas são a presença de resíduos além do limite permitido; o uso de produtos proibidos no país e a utilização de defensivos permitidos para uma determinada cultura em outra.





As novas normas obrigam que todos os entes envolvidos na cadeia de produção e venda de frutas e hortaliças disponham das informações necessárias para a identificação dos produtores ou responsáveis pelos produtos. “Isso permitirá que os órgãos de fiscalização identifiquem problemas relacionados ao uso de defensivos agrícolas, à contaminação dos vegetais por agrotóxicos”, disse à Agência Brasil a coordenadora de Qualidade de Produtos Vegetais do Mapa, Fátima Parizzi.





Segundo Fátima, o registro das informações facilitará ao poder público identificar a origem e todo o percurso percorrido, do campo à gôndola, por um produto vegetal que contrarie às regras sanitárias. “Nossa preocupação é que as informações necessárias para identificarmos a origem destes produtos sejam preservadas. Assim, constatado qualquer problema, poderemos corrigir a causa da não-conformidade a partir do ponto onde ela ocorreu”, acrescentou a coordenadora.





A instrução normativa, no entanto, não obriga os estabelecimentos comercias a disponibilizarem aos consumidores finais os dados sobre a procedência e trajetória dos vegetais. “Embora alguns produtos já disponham de etiquetas individuais, é muito difícil garantir o acesso de todas as pessoas a este tipo de informação quando se trata, por exemplo, de produtos vendidos a granel. Não só a instrução normativa, mas a legislação não obriga a isso”, comentou Fátima.





O texto da instrução prevê apenas que “o detentor do produto comercializado a granel, no varejo, deve apresentar à autoridade competente informação relativa ao nome do produtor ou da unidade de consolidação e o nome do país de origem” do vegetal produzido para consumo humano.





Fátima acredita que, além facilitar a fiscalização pelos órgãos de vigilância, a medida terá outros impactos positivos. “Acreditamos que vai haver um disciplinamento da venda destes produtos, o que vai beneficiar aos consumidores e aqueles que trabalham corretamente ao longo de toda a cadeia. Muitos produtores sérios têm essa preocupação, pois veem que seus produtos, quando misturados a outros de qualidade inferior, acabam perdendo a identidade”, argumentou Fátima.





O primeiro grupo de alimentos cujos responsáveis estão obrigados, a partir de hoje, a disponibilizar informações que permitam a rastreabilidade incluem a maçã, uva, batata, alface, repolha, tomate e pepino. Um segundo grupo de produtos começa a ser fiscalizado em fevereiro de 2019, quando a publicação da instrução normativa completa um ano. As regras passam a valer para o terceiro e último grupo em fevereiro de 2020, conforme previsto no anexo da norma.





Os registros devem conter, no mínimo, o endereço completo, nome, variedade ou cultivar, quantidade, lote, data de produção, fornecedor e identificação (CPF, CNPJ ou inscrição estadual). Cada ente deve manter os registros das informações obrigatórias que permitam a identificação do ente imediatamente anterior e posterior da cadeia produtiva e dos produtos vegetais frescos recebidos e expedidos. Os produtos, ou seus envoltórios, suas caixas, sacarias e demais embalagens devem estar devidamente identificados por meio de etiquetas impressas, código de barras, QR Code ou qualquer outro sistema de identificação.





Fiscalização





O descumprimento da Instrução Normativa é passível de punições, mas, em um primeiro momento, o Ministério da Agricultura decidiu priorizar a orientação e a correção de eventuais distorções que forem identificadas. “Até o próximo 31 de dezembro, os fiscais vão fazer um trabalho de fiscalização orientativa. Vamos buscar identificar eventuais gargalos, o que está funcionando adequadamente e o que possa não estar de acordo com a prática”, anunciou a coordenadora, admitindo que o assunto tem motivado dúvidas e preocupação.





“Temos recebido inúmeros questionamentos e feito diversas reuniões com representantes do setor, a quem estamos prestando todos os esclarecimentos possíveis. Se, na prática, for identificada alguma distorção com relação ao impacto econômico, trabalharemos nisso”, disse Fátima, acrescentando que a norma não visa a criar dificuldades, mas sim a uniformizar, nacionalmente, uma prática já implementada com bons resultados em algumas unidades da federação.





Reivindicação do setor





Presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maçã, Pierre Nicolas Peres afirma que as medidas atendem a uma antiga reivindicação do setor produtivo. “Tudo que serve a melhor organização do setor é bom. Todos ganham com a rastreabilidade, exceção ao produtor ou comerciante que não trabalha com seriedade”, comentou Peres, minimizando os custos de implementação do sistema medida.





“Não haverá grande impacto econômico. Os produtores familiares talvez sintam algum reflexo, mas, no fim das contas, será um investimento pequeno diante dos benefícios. Os grandes produtores já estão preparados. Até porque, você não exporta para a Europa caso não ateste a rastreabilidade da produção”.





Preocupação





O coordenador da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf), Alexandre Bergamin, informou à Agência Brasil que, entre os pequenos produtores, a medida causa preocupação. “O sistema de rastreabilidade é muito importante também para atestar a qualidade da produção familiar, mas receamos os efeitos práticos da implementação do sistema. Não só pelos custos, mas pelo que ele pode gerar de burocracia. Hoje, já há, em algumas atividades, como a criação de suínos, impeditivos legais que ameaçam ou até mesmo inviabilizam a produção familiar”.





Bergamin disse que representantes da entidade chegaram a manifestar ao Mapa as preocupações e dúvidas do segmento, durante o processo de discussão da norma, “mas sem aprofundar o debate”. Segundo ele, é positivo o ministério ter decidido criar um prazo para “ajustes”, até dezembro. “Vamos observar o que acontece, a forma como vai se dar a fiscalização e seus impactos.”

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Aplicativo usa pontos de referência para ofertar imóveis

LAR Imóveis prepara o lançamento de um aplicativo que a empresa define como inovador
LAR Imóveis prepara o lançamento de um aplicativo inovador para busca de ofertas

Carlos Teixeira
Radar do Futuro





Empresa tradicional no mercado imobiliário mineiro, a LAR Imóveis prepara o lançamento de um aplicativo que a empresa define como inovador. A solução, baseada em filtros de busca, possibilita ao comprador ou locador de imóveis comerciais ou residenciais identificar as ofertas disponíveis em torno de um ponto de referência. Uma escola, um clube ou um shopping, por exemplo.





O sistema é resultado de um ano de desenvolvimento, com a proposta de inovar em relação ao que existe no mercado. O cliente pesquisa a partir de um ponto específico, uma "âncora para o cliente", segundo a definição de Hermano Rodrigues, diretor de inovação da empresa. O investimento em inovação reflete a convicção de que a digitalização amplia a influência nos processos envolvendo todos os tipos de imóveis.





Quem passou a conviver apenas agora com as imobiliárias não tem a menor ideia do que era a atividade no passado. E no que está se transformando. Hoje, as equipes são focadas em atendimento digital. E em gestores que incorporam a mudança de mentalidade empresarial, focados na antecipação das tendências que vão revolucionar o mercado.





Os administradores que estão chegando, da geração nascida e crescida no ambiente da computação e da internet, tendem a mudar as definições sobre os conceitos de imobiliárias. Agora, há mudanças de modelos de negócios como objetivo. E há a introdução da linguagem em que clientes são os leads, há jornada de compras e uma atenção especial com a experiência do cliente. A valorização da experiência do consumidor faz parte da alma do negócio.





Mudanças exponenciais





Características das corretoras imobiliárias do passado estão sendo substituídas irremediavelmente. Quando Luiz Antônio Rodrigues iniciou as atividades da LAR Imóveis, há mais de 40 anos, havia uma dependência absoluta dos classificados de jornais impressos. Os anúncios em papel representavam uma das principais fontes de despesas das imobiliárias. Plantões de corretores eram essenciais, apenas para aguardar telefonemas que podiam nem mesmo vir. 





O fim da receita com os classificados representou uma parte considerável da crise atravessada pelos veículos de comunicação atualmente. E o desenvolvimento da telefonia celular e de novas mídias eliminou a dependência de corretores disponíveis em endereços físicos para receber ligações. Basta um celular para atender a qualquer momento, de qualquer lugar.





"Hoje temos maior nível de profissionalização", reconhece Luiz Antônio Rodrigues. O empresário mantém uma rede com cinco unidades em Belo Horizonte por conta da crença, compartilhada por outros proprietários de empresas, de que ainda é necessário manter os pontos de referência para relacionamento com os clientes potenciais e os já conquistados. 





O reposicionamento é essencial no atual momento em que o segmento atrai fortes interesses. Segundo especialistas, existem hoje mais de 200 startups imobiliárias recebendo investimentos e revolucionando o setor. As empresas sentem -- muitas se ressentem, na verdade -- das mudanças dos comportamentos. As novas gerações têm o smartphone como extensão do corpo e buscam novos modelos de trabalho e de moradia.  





 

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Futuro dos jovens: o peso da insegurança e de expectativas

Exigências para ter sucesso, ser perfeito em tudo e a uma cultura que estimula a competitividade tem levado jovens a problemas de saúde mental - foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Exigências para ter sucesso, ser perfeito em tudo e a uma cultura que estimula a competitividade tem levado jovens a problemas de saúde mental 

Agência Brasil

A repercussão de casos de suicídio e tentativas de autolesão entre jovens, principalmente estudantes, aumentou a percepção entre gestores e especialistas de que é preciso falar mais sobre o tema, ainda muito estigmatizado. Eles afirmam que o número de ocorrências segue uma tendência mundial de crescimento de mortes autoprovocadas na faixa etária mais jovem.





As entidades educacionais não divulgam levantamento específico sobre casos de suicídio entre universitários, mas em vários estados, perdas abruptas recentes têm motivado a adoção de medidas e estratégias para debater o tema e prevenir mortes precoces.





Especialistas ouvidos pela Agência Brasil avaliam que jovens são mais suscetíveis aos sofrimentos emocionais e transtornos mentais, porque nesta fase há muita expectativa e insegurança em relação ao futuro. Além disso, são submetidos a muita pressão sobre decisões importantes que devem ser tomadas cada vez mais cedo, quando ainda não apresentam experiência e habilidades psíquicas para lidar com frustrações e situações de muita responsabilidade.





“Essa fase de transição entre adolescência e a vida adulta acaba sendo conturbada, ainda mais na universidade, que é o lugar em que a pressão fica muito alta. Eu vejo por colegas do meu curso, pessoas que ficam adoecidas mentalmente pela exigência da academia”, explicou o psicólogo Renan Lyra, mestrando da Universidade de Brasília.





Os psicólogos explicam que as ocorrências podem estar relacionadas também a um sofrimento psíquico, que não chega a ser uma doença mental.





 Depressão, suicidio

Exigências para ter sucesso, ser perfeito em tudo e a uma cultura que estimula a competitividade tem levado jovens a problemas de saúde mental - Marcelo Camargo/Agência Brasil





Apesar da falta de pesquisas sobre o assunto, outro fator que pode estar levando os jovens a atentarem contra a própria vida são as exigências do mundo para ter sucesso e ser perfeito em tudo e a uma cultura que estimula a competitividade entre as pessoas e não proporciona a aceitação do diferente.





“Esse momento tem exigido muito dos jovens. Eles precisam estar hiperconectados, ser empreendedores, ter sucesso, dar conta de mil coisas ao mesmo tempo. E aí tem uma série de questões, tanto mais voltadas para o sucesso acadêmico, emprego e também as relações familiares e com os outros. As pessoas estão mais intolerantes com o diferente e isso também causa sofrimento”, explicou o psicólogo Paulo Aguiar, membro do Conselho Federal de Psicologia (CFP).





Emergência médica





Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o preconceito e o tabu em torno do tema ainda são os principais empecilhos para o diagnóstico precoce dos fatores de risco que podem levar a pessoa ao suicídio. A entidade alerta que cerca de 97% dos casos estão relacionados a transtornos mentais, como depressão (37%), bipolaridade, uso de substâncias psicoativas (23%), esquizofrenia e ansiedade (11%), entre outros.





“O índice de suicídio entre os jovens cresceu muito, porque nós temos hoje um consumo muito maior em relação ao uso de drogas, de álcool, de substâncias psicoativas de uma maneira geral. Isso levou a um desencadeamento maior de quadros psiquiátricos nos jovens, supressão do sono, pressão muito alta, ansiedade por resultado e performance. Isso fez com que os jovens ficassem mais sujeitos ao adoecimento”, explicou o diretor e superintendente técnico da ABP, Antônio Geraldo da Silva.





O médico alerta que as doenças psiquiátricas têm ficado mais prevalentes, porque as pessoas não procuram ajuda e, assim, não têm acesso ao tratamento adequado. “Tem gente que vai precisar só de medicamento, tem gente que vai precisar só de psicoterapia e tem gente que vai precisar de psicoterapia e medicamento. Varia de pessoa para pessoa e do diagnóstico que é feito”, completou o psiquiatra que é coordenador nacional da Campanha Setembro Amarelo (de prevenção ao suicídio)





A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, por ano, mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida, número que representa 1,4% de todas as mortes do mundo. Depois da violência, o suicídio é o fator que mais mata jovens entre 15 e 29 anos. Para cada suicídio, ocorrem 20 tentativas.





Segundo o Ministério da Saúde, o índice de lesões autoprovocadas, entre elas, as tentativas de suicídio, predomina em mulheres brancas, na faixa etária da adolescência (10 a 19 anos) e adultos jovens (20 a 39). O número pode ser maior, já que, segundo o ministério, apenas uma em cada três pessoas que tentam suicídio é atendida por um serviço médico de urgência que deve notificar os casos.





“Está mais do que claro que o suicídio é uma emergência médica. Se alguém falar sobre esse assunto, tem que levar para o médico, tem que procurar um psiquiatra, é um fato, é uma doença que mata”, alertou o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva.





Atendimento especializado





Em Brasília, seis em cada dez atendimentos de crise psíquica realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) são relativos a pacientes entre 14 e 39 anos. A maioria deles foi atendida por apresentar comportamento suicida.





O serviço de urgência da capital federal é pioneiro no país em disponibilizar uma viatura exclusiva para atender casos de saúde mental. A equipe da viatura especializada conta com médicos psiquiatras, um assistente social ou psicólogo e um enfermeiro, todos capacitados para lidar com a chamada intervenção em crise.





Segundo Brenda Carla, enfermeira e gerente da Central de Informações Toxicológicas e Atendimento Psicossocial do Samu-DF, a viatura especializada atende a uma média de 150 casos por dia. Os chamados para intervenção em episódios de crises de saúde mental (com possibilidade de atentado à própria vida) duplicaram do ano passado para cá.





A enfermeira avalia que o aumento pode ter ocorrido pela maior sensibilização da sociedade ou de profissionais da saúde que têm notificado melhor as tentativas de autolesão. Ela ressalta que os números podem ser ainda maiores, uma vez que os casos são subnotificados e muitas ocorrências de suicídio são tratadas pelas outras viaturas como casos de atropelamento ou outro tipo de acidente.





Um paciente espanhol está isolado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho 2, no Distrito Federal, por apresentar sintomas característicos de ebola (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O serviço de urgência da capital federal é pioneiro em disponibilizar uma viatura exclusiva para atender casos de saúde mental - José Cruz/Arquivo Agência Brasil





Outro dado considerado preocupante é o aumento de chamados pelas escolas. Segundo a enfermeira, nos últimos meses, o Samu-DF atendeu pelo menos uma ocorrência por dia em ambiente escolar para socorrer adolescentes em crise.





A tendência motivou o serviço a estruturar um novo projeto para atualizar o chamado Samuzinho e trabalhar a prevenção de suicídios nas escolas. “Suicídio é uma das preocupações que a gestão pública tem que ter. Há 20, 30 anos nós não tínhamos o foco e a preocupação de que o quadro psíquico adoecia e matava”, alerta Brenda Carla.





“Os quadros psíquicos geram grande impacto para saúde pública e a população tem tido quadros depressivos que desencadeiam quadro suicida. É uma realidade que precisa ser tratada e prevenida”, completou Brenda.





O crescimento dos casos de saúde mental também motivou o Samu-DF a disponibilizar um profissional especializado em comunicação terapêutica no atendimento telefônico na Central 192. Esse profissional atua 24 horas para auxiliar no manejo de pacientes psiquiátricos, que demandam um tempo maior de atendimento do que a média normal - de dois a três minutos - que geralmente dispõem os outros médicos do Samu para decidir se enviam a viatura para a ocorrência.





Prevenção





A OMS alerta que 90% dos casos de suicídio poderiam ter sido evitados. E o Ministério da Saúde ressalta que as pessoas que já tentaram o suicídio devem ser o principal foco das ações de vigilância e de ações preventivas dos profissionais e serviços de saúde.





Em Brasília, o Samu acompanha os pacientes que sobreviveram à tentativa de suicídio. Os profissionais de saúde e assistentes sociais são orientados a ligar de três a cinco vezes para o paciente ou para algum contato de sua família para saber se ele está em tratamento.





“Não adianta o Samu ir lá atender se ele [o paciente] não for acompanhado. A gente volta a ligar para o paciente para monitorar e evitar que ele tenha reincidência ou recaída de comportamento. Se ele relatar alguma dificuldade, a gente faz contato com a rede para ver se consegue garantir o atendimento e evitar que o paciente recorra ao 192, ou seja, uma urgência”, explicou Brenda.





Depois do atendimento de urgência pelo Samu, os pacientes são encaminhados para serviços da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), como os Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) ou o Adolescentro, serviço do DF que atende adolescentes de 10 a 18 anos de idade que tenham algum transtorno mental, tenham sido vítimas de violência ou necessitem de acompanhamento em outras áreas, como nutrição e ginecologia.





A gerente do Samu, entretanto, se queixa da pouca sensibilização dos profissionais de saúde, principalmente os que atuam nos prontos socorros, onde muitas vezes os pacientes psiquiátricos ou os que estão em risco iminente de tirar a própria vida não são classificados de maneira adequada e não são acolhidos com a mesma urgência que outros casos devido à ausência de traumas físicos, preconceito ou falta de informação.





“O que acontece muito é que a gente pega paciente com tentativa de suicídio visualizada, com planejamento, leva para o hospital para garantir sua integridade física e o tratamento. Mas o pessoal acha que esse paciente é um peso a mais na unidade de saúde e que é um absurdo atender ele e deixar outro com infarto”, relatou Brenda.





“A própria população não tem entendimento e a gente tem trabalhado na humanização. Esse paciente é grave. É uma doença como as outras que precisam ser tratadas, acompanhadas e medicadas”, completou.





É preciso falar





Uma das abordagens de prevenção aos fatores de risco do suicídio é falar sobre o assunto com pessoas próximas e profissionais especializados. Segundo especialistas, a questão de saúde mental, no entanto, ainda é estigmatizada e pouco compreendida não só no meio acadêmico, mas na sociedade de forma geral.





“As pessoas não querem falar das doenças mentais. E o que mata são as doenças mentais, isso é óbito por suicídio e as pessoas não estão prestando atenção nisso”, alertou o psiquiatra Antônio Geraldo.





Para transformar esse imaginário social, alguns especialistas recomendam que a sociedade dialogue com mais naturalidade sobre as imperfeições, frustrações e saúde mental sem mitos, estigmatizações e preconceitos e crie ambientes que possam incorporar e aproximar as pessoas que têm passado por dificuldades emocionais ou psíquicas.





“A gente precisa entender que saúde mental faz parte da saúde do sujeito como um todo, não é uma coisa separada. E geralmente a gente separa, porque existe ainda, infelizmente, um imaginário social sobre o que é a doença ou o transtorno psíquico carregado de muito preconceito. Há um imaginário de que as pessoas que apresentam transtorno não vão dar conta, são fracassadas e, a partir disso, de alguma forma a sociedade isola e afasta essas pessoas”, explicou o representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) Paulo Aguiar.





Para os psicólogos, a família e a escola podem ter papéis importantes se permitirem ou facilitarem o desenvolvimento da subjetividade e da saúde mental das pessoas, de forma que elas tenham capacidade para lidar com as situações difíceis de forma mais tranquila.





“O sujeito desenvolvendo sua subjetividade num ambiente que possa se expressar, ser respeitado, emitir sua opinião, construir suas ideias, tenha liberdade, isso tudo vai dando condição para que ele construa processos de subjetivação que possam deixá-lo mais fortalecido para enfrentar a vida”, afirmou Aguiar

Crianças e internet: pais devem acompanhar o uso

Especialistas defendem a interação ativa dos pais para evitar uso problemático das tecnologias

Daniel Mello
Agência Brasil 





Os pais precisam se aproximar dos filhos para evitar o uso problemático de computadores, jogos eletrônicos e celulares, defendem as especialistas que participaram na terça-feira, dia 7 de agosto, do Workshop Impactos da Exposição de Crianças e Adolescentes na Internet. O evento foi promovido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).





“A gente não escuta os nossos filhos, não dá importância para as necessidades deles”, enfatizou a gerente da assessoria jurídica do Nic.br, Kelli Angelini. Ela citou dados levantados pela entidade que mostram que grande parte dos adolescentes de 11 a 17 anos estão expostos a conteúdos impróprios na rede. “Será que os pais estão atentos a isso? Será que os pais sabem que 27% das meninas que responderam a pesquisa já tiveram acesso a conteúdos que estão relacionados a formas de ficar mais magro?”, exemplificou.





Usos problemáticos





O mau uso das tecnologias ou o abuso de celulares e jogos eletrônicos pode levar ao desenvolvimento de diversos problemas, de acordo com a pediatra e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Evelyn Eisenstein. “Nós já estamos vendo o primeiro sintoma: transtornos de sono. Crianças que dormem menos. Crianças para dormir bem, em uma fase de crescimento, têm que dormir entre oito e nove horas. Nós temos crianças dormindo 6 horas”, destacou.





No caso dos adolescentes, a psicóloga Evelise Galvão de Carvalho disse que muitas vezes os jogos eletrônicos são uma forma de fugir das frustrações cotidianas. Garotos com dificuldade de se socializar, por exemplo, conseguem ter vidas mais atrativas no mundo virtual, de acordo com a especialista. “Quando ele chega em casa, depois da escola, ele entra no jogo e muda tudo. E dentro do jogo ele passa a ser um avatar. Dentro do jogo ele não tem idade, não envelhece, tem uma namorada há mais de um ano. Ele passa tempo com essa pessoa, fazem coisas juntos dentro do jogo”, enumerou sobre as realizações possíveis dentro do ambiente virtual.





“Embora não seja verdadeiro o que ele está vivendo, as sensações e as reações são verdadeiras, são gratificantes”, acrescenta Evelise. Jovens nesse tipo de situação estão, segundo a psicóloga, mais predispostos a estabelecer uma relação problemática com os jogos. Isso acontece quando o jovem passa a dedicar mais energia à virtualidade do que ao mundo real, deixando até obrigações de lado para jogar. 





A especialista ressalta que é preciso refletir por que a vida cotidiana é tão frustrante e desanimadora para parte dos adolescentes. “Que tipo de mundo nós estamos oferecendo para as nossas crianças e adolescentes que eles estão preferindo viver em um mundo que não é real do que viver aqui com a gente?”, questiona Evelise.





Proibição





No entanto, a psicóloga se diz contrária a proibir o uso das tecnologias pelos jovens  como forma de tentar contornar os problemas. “O movimento de luta contra as tecnologias é uma guerra sem fim, que a gente nunca vai ganhar. Nós vivemos em um mundo tecnológico, não tem mais volta. A tendência é ao contrário, cada vez mais a gente vai estar inserido e vivendo com essa tecnologia”, enfatizou.





“Proibir eu não estou ensinando nada”, acrescentou ao comentar a interdição do uso de celular em algumas escolas. “A gente vem em contramão de outros países que inserem os celulares nas escolas”, ressaltou.





“Não acho que seja proibir, castigar, mas ensinar sobre o uso. Dialogar. Colocar regras, limites, saber explicar para o seu filho e sua filha o uso correto”, concordou a professora Evelyn Eisenstein.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Cinco passos para uma adoção bem sucedida da IA

Os chatbots e as funções de busca otimizada são empolgantes para as organizações de atendimento ao cliente, mas as empresas precisam estabelecer algumas bases antes que os benefícios da IA ​​realmente criem raízes - foto: Pixabay
Os chatbots e as funções de busca otimizada são empolgantes para as organizações de atendimento ao cliente, mas as empresas precisam estabelecer algumas bases antes que os benefícios da IA ​​realmente criem raízes

Matheus Assis Baeta





A inteligência artificial (IA) não é mais um conceito vago do futuro. A adoção da IA ​​deu o salto da teoria inocente na qual os filmes de ficção científica, como Tron e 2001 - Uma Odisseia no Espaço, eram baseados em um componente prático de prestação de serviços eficiente e amigável a clientes.

Mas, enquanto os chatbots e as funções de busca otimizadas são estimulantes para as organizações de atendimento ao cliente em todo mundo, as empresas precisam estabelecer algumas bases antes que os benefícios da IA ​​realmente criem raízes. Desde a compreensão de como funciona sua organização de serviços hoje, até a avaliação de como o sucesso será medido amanhã,  acho que as equipes de liderança de atendimento ao cliente têm seu trabalho facilitado enquanto mergulham nesse mundo liderado por máquinas!

Do meu ponto de vista, essas cinco áreas devem ser consideradas para que qualquer empresa possa implementar com sucesso um sistema de IA.

1. Aumente a ênfase na documentação
A ideia por trás da IA ​​é que o computador aprende e fica melhor em oferecer soluções com mais frequência. Agora, a máquina não está reunindo essa informação por conta própria. Para que a máquina aprenda padrões e determine a resposta adequada a uma consulta, você precisará fornecer detalhes sobre experiências anteriores que seus agentes tiveram. Você faz isso compartilhando dados de tickets ou gravações de chamadas com a ferramenta IA (bem, mais provavelmente com seus desenvolvedores).

O que isso significa para o seu negócio hoje? Se você não estiver capturando casos e documentando soluções ativamente, precisará iniciar seus esforços de IA investigando sistemas de emissão de tickets, opções de gravação, sistemas de resposta interativa por voz (IVR) e talvez uma plataforma de gerenciamento de relacionamento com clientes (CRM). Comece reunindo os dados necessários para construir a "inteligência" que sua empresa precisa para funcionar com sucesso.

Assim como um computador não sabe quais palavras usar sem examinar seus dados, ele também não sabe a resposta correta para uma consulta ou a solução correta, a menos que você o informe.

2. Concentre-se em modelos e processos
As interações do cliente são um dos tipos de dados: seus modelos e processos são outros. Assim como um computador não sabe quais palavras usar sem examinar seus dados, ele também não sabe a resposta correta para uma consulta ou a solução correta, a menos que você o informe.

Dê um passo atrás e veja como seus agentes respondem hoje. Suas respostas são consistentes? As respostas escritas são padronizadas? Todo mundo segue o mesmo procedimento para lidar com questões de clientes? Caso contrário, é hora de se concentrar nos seus fluxos de trabalho internos e criar os modelos e processos para suportá-los.

3. Pense além dos chatbots
O objetivo da inteligência artificial deve ser melhorar a experiência do cliente. Esse deve ser o principal fator para usá-lo. Portanto, antes de mergulhar na criação de um chatbot ou investir em sistemas de análise de sentimentos, pare e pense sobre o valor para o cliente.

Eu estava na conferência SMART 2018 Customer Service, em abril passado, e uma das palestras foi feita por dois membros da equipe AWS da Amazon, que transmitiram uma reportagem sobre o potencial de soluções integradas de inteligência artificial. Eles falaram sobre o aprendizado de máquinas emparelhadas com os sistemas IVR e CRM de uma companhia aérea. Quando um cliente ligou, ele não foi solicitado a "pressionar um" para obter ajuda com o voo. Em vez disso, eles disseram: "O seu voo para Chicago foi atrasado. Podemos remarcá-lo em um voo saindo em 25 minutos. Gostaria de mudar sua reserva? "Em questão de segundos, um passageiro frustrado estava a caminho de casa e a crise foi evitada!

Por isso, antes de saltar para a mais recente e melhor opção de IA da atualidade, observe os sistemas que você tem em funcionamento. Imagine como eles podem ser integrados para fornecer uma experiência de ponta ao cliente. Existem pontos nas suas operações em que os agentes estão referenciando frequentemente vários sistemas? Considere como eles podem ser incorporados à sua solução de IA para que você possa fornecer o tipo de serviço mencionado na apresentação da Amazon.

4. Planeje a transferência para agentes vivos
Ao pensar em integração de sistemas, considere também a transferência de sua solução de IA para seus agentes humanos. A ideia é melhorar a prestação de serviços, portanto, certifique-se de que os clientes só precisem fornecer suas informações uma vez. Dê conta de uma transferência perfeita para seus agentes ativos quando necessário. Fale sobre as mudanças que podem ocorrer enquanto o seu programa de IA acerta.

5. Invista em sua equipe de atendimento
À medida que as máquinas começam a lidar com as consultas de rotina, o papel dos seus agentes de atendimento ao cliente começará a mudar. A porcentagem de casos mais complexos aumentará, exigindo habilidades mais profundas de resolução de problemas. Os agentes podem estar em uma posição melhor para ajudar a equipe de vendas com upselling e encontrar novas oportunidades.

Tenha em mente que essa solução técnica terá implicações pessoais e refletirá sobre os problemas relacionados a isso. Faça perguntas como:
• Será necessário treinamento adicional para ajudar a desenvolver as habilidades dos agentes atuais?
• Quais esforços de gerenciamento de mudança serão necessários? (Afinal, os agentes podem se preocupar com a segurança de seus trabalhos quando uma solução de IA é apresentada.)
• Você precisa reexaminar seus critérios de contratação para que novos agentes cheguem a um nível mais experiente?

Antes de mergulhar, dê uma olhada nas maneiras pelas quais a IA afetará as pessoas em sua organização - e examine os custos relacionados.

Além disso, tenha uma visão de futuro em termos de como essa mudança no conteúdo da consulta afetará a maneira como você avalia o desempenho de sua organização de atendimento ao cliente e dos agentes. É provável que, se sua equipe de atendimento lidar cada vez mais com casos mais complexos e se tornar responsável por fornecer ainda mais valor à organização, talvez seja necessário questionar métricas antigas, como o tempo de tratamento. Antecipe e fale sobre as mudanças que podem ocorrer enquanto o seu programa de IA acerta.

Como qualquer nova mudança, tecnológica ou não, há muita preparação necessária para aproveitá-la ao máximo. Espero que haja mil outras considerações pelas quais as empresas passarão ao longo dos anos, à medida que a IA se tornar mais e mais prevalente nas organizações de serviços. Mas, hoje, se nos concentrarmos na documentação e nos processos, estaremos no caminho certo para usar o que está disponível para nós agora e perceber as possibilidades do amanhã.

*Matheus Assis Baeta é diretor da OTRS Brasil

Seis forças que travam o empreendedorismo social

Responsáveis por uma ampla gama de projetos sustentáveis, o empreendedorismo vê o surgimento de novos desafios -
Responsáveis por uma ampla gama de projetos sustentáveis, o empreendedorismo vê o surgimento de novos desafios - Imagem: Kristine Pearson, Lifeline Energy

Kyle Zimmer - Presidente e Diretor Executivo, First Boo 
Kristine Pearson  - Fundadora e CEO da Lifeline Energy





Empreendedores sociais em todo o mundo têm sido catalisadores incomparáveis ​​para a mudança social. Eles usam estratégias voltadas para o mercado para lidar com questões sociais críticas de novas maneiras. Através de empresas sem fins lucrativos, com fins lucrativos e empresas híbridas, os empreendedores sociais promoveram uma ampla gama de soluções voltadas para o desenvolvimento sustentável, décadas antes da denominação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).





O verdadeiro poder dos empreendedores sociais é o seu talento para identificar falhas de mercado que estão retendo a humanidade e sua habilidade em adaptar e implementar soluções. Isso inclui o fornecimento de água limpa, acesso a energia renovável, inclusão financeira, recursos educacionais de alta qualidade e informações críticas que permitam o florescimento da agricultura produtora de vida.





À medida que o campo amadureceu, também aumentou a complexidade e a profundidade das questões sociais em jogo. Somos confrontados por uma onda crescente de crises - democracias oscilantes, injustiça racial, discriminação de gênero e LGTBQ, catástrofes ambientais, crescimento populacional, instabilidade alimentar, nacionalismo e avanços tecnológicos que exigem novas habilidades e treinamento da força de trabalho. Sem mencionar o aumento alarmante das populações deslocadas por desastres naturais ou conflitos.





Riscos crescentes





Entrando agora na sua quarta década, o campo do empreendedorismo social está numa encruzilhada. As empresas não estão crescendo a um ritmo suficiente para enfrentar os problemas crescentes. Nosso setor tem se destacado no lançamento de iniciativas. Mas negligenciou os sistemas subjacentes para escalar modelos maduros e bem-sucedidos. Corremos o risco de desviar-nos das conquistas sociais inovadoras que alcançamos. Também corremos o risco de perder a expertise de empreendedores sociais experientes, mas muitas vezes desencorajados, no exato momento em que o setor social é mais necessário.





Claramente, há falhas de mercado no setor social. Nossa tarefa é urgente. Como empreendedores sociais, precisamos fazer o que fazemos melhor: examinar nosso campo e identificar os desafios que nos atrapalham, depois desenvolver e implementar soluções para impulsionar nosso trabalho coletivo.





Enquanto universidades, grupos de reflexão e outros grupos estudam e apóiam empreendimentos sociais, o elo perdido tem sido um engajamento sincero e autêntico por parte de nós no campo. Uma coisa é estudar empreendedores sociais; outra coisa é se preocupar em cumprir a folha de pagamento, garantir que sua organização esteja continuamente inovando seus modelos e alinhando a expertise da equipe para aumentar o impacto, enquanto coloca sua saúde, família, relacionamentos e até vidas em risco em sua mudança sistêmica.





O que nos impede?





Aqui estão seis dos muitos obstáculos que impedem o progresso no setor social.





1. A estrutura do setor não promove a inovação





O empreendedorismo social, como qualquer outro setor, precisa incentivar a experimentação e o risco. O valor disso e seu impacto na inovação é visível em quase todos os campos, da saúde à educação, aos setores agrícola e industrial.





No entanto, como o financiamento favorece quase exclusivamente resultados positivos e métricas conservadoras de impacto, a experimentação no setor social não é incentivada. Embora as métricas de entrega sejam uma meta, os maiores ganhos em qualquer campo geralmente são fornecidos por estratégias que são experimentais. Os resultados dessas estratégias especulativas são, por definição, especulativos. A dependência do setor social em financiamentos baseados em métricas reduz sua capacidade de experimentar, desenvolver aprendizados e re-inovar.





No mundo corporativo, a experimentação é chamada de falha rápida (fail fast) e falha com frequência (fail often). No setor social, é simplesmente chamado de fracasso.





2. O setor não tem acesso consistente ao capital





Embora o capital seja limitado para empreendimentos sociais em estágio inicial, ele é bastante reduzido para empresas sociais comprovadas que trabalham em escala. Há avanços no investimento de impacto e o campo está tentando ganhar força. Mas também há dúvidas significativas sobre a viabilidade de um mercado de capitais que pressupõe que os investidores ficarão satisfeitos com retornos financeiros abaixo do mercado. Além disso, persistem dúvidas sobre se uma empresa que deve gerar retornos significativos pode ser livre para buscar e priorizar a mudança social.





Além disso, as barreiras culturais podem limitar significativamente o acesso ao capital para mulheres, minorias e empreendedores sociais indígenas em todo o mundo.





3. Agendas complexas





No setor privado, se você criar um produto melhor, os capitalistas de risco chegam até você com dinheiro e expectativas de retorno desse capital.





No setor social, os investidores chegam a um empreendedor social e dizem: "amamos o que você construiu, mas aqui estão nossas prioridades que devem ser incluídas na execução de seus negócios". Empreendedores sociais são, então, incumbidos de dobrar seus modelos para atender às necessidades da comunidade financiadora, em detrimento das necessidades de quem é sua missão servir. Esse desalinhamento distrai os esforços de expansão das empresas sociais e não permite que o empreendedor direcione o crescimento da maneira mais eficiente e eficaz para atender às necessidades sociais.





4. Relatórios não transparentes





Como o setor social está carente de financiamento, muitas vezes há um esforço para relatar as melhores descobertas possíveis, a fim de maximizar a probabilidade da próxima rodada de financiamento. Não é que alguém deturpe os seus resultados (ok, alguns o fazem), mas a ligação entre descobertas positivas e financiamento de sobrevivência no futuro é perigosa. Mais uma vez, essa dinâmica prejudica a experimentação e a inovação.





Da mesma forma, os financiadores geralmente recompensam os resultados positivos. Eles são menos propensos a financiar empreendedores sociais que relatam contratempos, muito menos falhas - mesmo quando esses experimentos podem levar a melhores estratégias para o campo.





5. A mídia adora novas organizações sem fins lucrativos





A mídia é fascinada por grandes empresas, mas não por grandes empresas sociais. As histórias da mídia tendem a se concentrar em pequenas ou novas empresas que apresentam uma narrativa de compaixão humana, uma nova tecnologia ou um novo uso de uma tecnologia. O setor social é um cemitério de elefantes para essas histórias de curto prazo.





A capacidade de voz e narrativa do campo deve ser expandida para refletir todo o espectro das instituições sociais, se quisermos impulsionar uma mudança de larga escala sem precedentes. Como setor, também precisamos promover exemplos de organizações de mudança sistêmica para que o campo possa aprender de si mesmo.





6. Líderes do setor social lutam contra o esgotamento





Há uma preocupação crescente de que os empreendedores sociais, que lidam com o estresse crônico de manter e desenvolver suas organizações, estejam sofrendo de depressão e exaustão. Quase 50% dos empreendedores sociais que participaram da Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial de 2018 relataram dificuldades com o esgotamento e a depressão - um número que é alarmante, especialmente considerando que esses são os empreendedores sociais de maior sucesso e escala, e não surpreendentes. Essa pode ser uma experiência diferente da de um empresário típico, que pode não ter o mesmo investimento emocional naqueles que existe para servir.





Doadores, conselhos e investidores precisam reconhecer melhor as realidades do esgotamento a longo prazo e fornecer recursos para apoiar os líderes do setor social. As fundações e os investidores precisam entender como suas práticas contribuem para o esgotamento e a exaustão a longo prazo dos próprios líderes que eles buscam apoiar. Sentimo-nos encorajados pelo fato de que um grupo de patrocinadores associados à Filantropia do Big Bang começou a fazer exatamente isso em sua mais recente convocação, e encorajamos veementemente filantropos e oficiais de programas a iniciarem conversas honestas e de mão dupla com seus donatários e investid tema.





Além do burnout, os egos de líderes do setor social apaixonados podem, às vezes, impedir o julgamento de seus negócios. Por exemplo, uma opção para escalonamento pode ser a fusão de duas empresas sociais, mas os conceitos de fusões e aquisições como uma estratégia de negócios raramente são discutidos.





O setor social também sofre das mesmas questões de desigualdade que foram relatadas em outros setores. Enquanto empresas sociais lideradas por mulheres, pessoas de cor, indígenas ou jovens podem estar contribuindo significativamente para a mudança social, questões como assédio sexual e assalto, racismo, sexismo, discriminação etária e questões relacionadas podem impactar negativamente as oportunidades de financiamento e crescimento de suas organizações, contribuindo ainda mais para o burnout.





Sabemos que esses seis obstáculos são apenas o começo. Há certamente uma lista mais longa e mais complexa de questões que precisam ser reconhecidas e abordadas.





Em uma série de posts, entrevistas confidenciais, pesquisas e outras formas de envolvimento, nos uniremos a empreendedores sociais de todo o mundo.Coletivamente, identificaremos e enfrentaremos os desafios que impedem o progresso no setor social e também criamos mudanças para aqueles que servimos. O diálogo e a avaliação perspicazes e sem envernizamento são fundamentais para abordar o que está errado no campo, aprender como os empreendedores sociais fracassam no setor e fornecer o que é necessário para apoiar o dimensionamento significativo, a inovação contínua e o impacto em todo o mundo.





Texto publicado originalmente em https://www.weforum.org/agenda/2018/08/six-challenges-social-entrepreneurs-need-to-overcome

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