quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cresce a demanda por cursos de corte e costura

Atividade obrigatória no passado para as moças de famílias que sonhavam em casar, a costura volta a atrair o interesse de muita gente. São pessoas de diferentes idades, inclusive homens, que não têm a profissão no mundo da moda como objetivo final. Hoje, a produção de roupas ou acessórios de vestuário com marca própria, como distração ou exercício de criatividade, ou seja, como hobby, ganha impulso e amplia a procura por cursos e a venda de máquinas de costura domésticas.

Carolina Franco
"As vendas de produtos para modelagem de peças cresceram mais de 40% neste ano", assegura Carolina Teixeira de Melo Franco, diretora de Marketing do Corte Centesimal, uma das empresas mais tradicionais do setor. Na empresa, a maior parte das vendas tem como destino os profissionais, para atender a demanda das confecções. Mas também é crescente a participação dos que querem aprender por razões não profissionais.

A Singer, fabricante de máquinas de costura, detentora de 83% do segmento, confirma a tendência, com projeção de crescimento de 10% na venda de equipamentos para uso doméstico.

Interessados
No grupo dos que aprendem por hobby estão desde adolescentes que querem personalizar - ou customizar, segundo o jargão do momento - suas próprias roupas, até profissionais liberais, com carreiras consolidadas, que identificam, na costura, a alternativa de relaxamento e de expansão da criatividade. Carolina Teixeira revela que fica impressionada com a diversidade dos compradores. Na empresa, em Belo Horizonte, ela tem atendido desde professoras autônomas até modelistas em busca de qualificação profissional, passando pelas pessoas que, agora, se renderam ao hobby da costura.

Também há muitos interessados que, ao se aposentar, estão buscando aula de modelagem. "Eu sempre escuto a mesma coisa: faz anos que quero aprender a mexer com modelagem de roupas. Agora que me aposentei, vou me entregar totalmente a isso".

Entre os novos compradores estão os jovens que buscam uma atividade extra, porque sempre tiveram vontade de fazer a própria roupa. Neste segmento é comum encontrar quem tenha influência dentro de casa: a mãe que costurava, ou a avó. "Ao invés de irem fazer aula de balé, natação, procuram fazer aula de corte e costura", assinala Carolina Franco.

Fazer a própria roupas faz parte do desejo de muitos, estimulados pelos custos da roupa de qualidade pronta. Ao chegar numa loja e ver os detalhes e os preços absurdos de roupas consideradas simples, ficam com mais vontade ainda de aprender. Além da vontade de investir em diferenciação. Para poder ter uma peça única também, não correr o risco de sair para rua e encontrar alguém com a mesma roupa.

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