sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Mulheres ampliam poder nas famílias

O número de casais estáveis, com ou sem filhos, em que a mulher é identificada como a "responsável  pela família" cresce no País. O novo "fenômeno" foi identificado por estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Em 2001, as mulheres eram as representantes de 3,5% do segmento. Em 2009, o número saltou para 14,2% do total, sinalizando uma tendência nova. "O fato de uma mulher ser reconhecida como responsável pela família na presença de um cônjuge do sexo masculino pode ser considerado novo na sociedade brasileira", assinala  estudo "Primeiras Análises: Investigando a Chefia Feminina de Família", do Ipea.



O instituto aponta, de forma geral, que o número de famílias chefiadas por mulheres aumentou nos últimos nove anos segundo. Segundo o estudo, o registro subiu de 27%, em 2001, para 35%, em 2009, o que representa 21.933.180 famílias. Neste quadro estão incluídas as mulheres casadas, separadas, solteiras e viúvas.

De acordo com a chefe de Pesquisa do Ipea, Natália Fontoura, esse fenômeno tem a ver com a maior participação das mulheres no mercado de trabalho. "O mais importante talvez seja a participação das mulheres no mercado de trabalho. Mas também a forma como as mulheres estão se inserindo nos diferentes espaços públicos e as mudanças culturais em relação aos lugares ocupados por homens e mulheres na sociedade".

O aumento das famílias chefiadas por mulheres teve crescimento em todas as regiões: na Sul, foi constatado o maior avanço, passando de 24,4% para 33%, de 2001 a 2009. No Sudeste, a região com o segundo maior crescimento no número de famílias chefiadas por elas, o avanço foi de 28% para 36%.

Grande parte dessas famílias é composta por mulheres sem cônjuge, o que representa 49,3%. As famílias chefiadas por elas são 17,3 % do total das famílias brasileiras. A Região Nordeste foi a que apresentou a maior proporção desse tipo de família, 19,5%, seguido pela Região Norte, com 18,8%. A Região Sul apresentou o menor percentual, 13,9%. No caso dos casais com ou sem filhos chefiados por mulheres, a Região Norte tem 10,4%, o que supera a média nacional, de 9,2%.

A análise mostra ainda que, nas famílias chefiadas por mulheres sem cônjuge, 59,1% delas têm emprego e as mulheres chefes de família com cônjuge e que estão empregadas representam 55,6%. Na comparação com os homens chefes de família, mais de 80% deles, em ambos os casos, estão trabalhando.

Outro dado destacado pelo Ipea é o de que 50,4% das mulheres chefes de família sem cônjuge têm ocupações de melhor qualidade do que os homens. Enquanto nas famílias chefiadas por mulheres que têm cônjuge, 43,9% delas têm uma ocupação de melhor qualidade.

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