Segundo o estudo Perspectivas Econômicas da OCDE, que semestralmente analisa as principais tendências mundiais para os próximos dois anos, a economia mundial “continua se reerguendo, mas os progressos se tornaram mais hesitantes”. “O crescimento, bem mais dinâmico nos mercados emergentes, permanece fraco e desigual na maior parte dos países da OCDE”, assinala matéria publicada pela versão em português do site BBC.
O estudo aponta uma desaceleração momentânea a partir do segundo trimestre de 2010, mas que não impedirá que o PIB feche o ano com um aumento de 7,5%, graças ao forte consumo interno. Mas a inflação deve se manter levemente acima de 4,5%, no centro da meta fixada pelo Banco Central brasileiro. O objetivo fixado pela autoridade monetária brasileira é de que a inflação anual de 2010 e 2011, medida pelo IPCA, seja de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
O controle da inflação é vinculado à desaceleração da atividade econômica, ao recuo dos preços dos alimentos e à valorização significativa do real. Mas, a OCDE avalia que os indicadores que permitiram o controle da alta dos preços não devem durar.
O lançamento de grandes projetos de infraestrutura deve contribuir para estimular novamente as taxas de crescimento nos próximos anos. Em 2011, a economia brasileira deverá crescer 4,3% e, em 2012, o aumento pode ser de 5%.
Cenários: influências
Investimentos em infraestrutura | Pressões inflacionárias |
continuidade do consumo interno | Desaceleração na China |
Instabilidade dos países ricos |
Receituário da OCDE
Órgão representante da maioria dos países considerados desenvolvidos do planeta, a OCDE sugere a retomada, assim que possível, de ações de aperto monetário na economia brasileira, para reprimir as pressões inflacionárias que estão se acentuando. Sem iniciativas ortodoxas, a inflação poderia ser mais alta do que a prevista" assinala o estudo. "No cenário de pressões sobre preços, medidas de estabilização mais rigorosas deveriam ser tomadas para evitar um desvio das metas de inflação”, recomenda a OCDE.
Segundo a matéria da BBC, medidas de estímulo econômico, adotadas para enfrentar a recessão mundial, “deveriam ser totalmente abandonadas” para afrouxar as pressões inflacionárias.
No relatório, a OCDE afirma também que as entradas maciças de capital estrangeiro reforçaram o real, mas que, no futuro, esses fluxos podem tornar a economia brasileira mais vulnerável às flutuações de investimentos a curto prazo e também sujeita a reviravoltas no apetite dos investidores por risco.
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