segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Em 2027, o fim dos grandes jornais impressos no Brasil

Até 2027, os jornais O Globo, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo terão trilhado, definitivamente, o mesmo caminho do Jornal do Brasil que, em 2010, em meio a crises financeiras e perda de influência, decidiu pela produção exclusiva na internet. Apenas veículos impressos de menor expressão e algumas poucas publicações regionais continuarão sobrevivendo no formato em papel.

O fim das edições impressas das publicações mais tradicionais do jornalismo diário brasileiro faz parte das previsões do estudo "Linha do Tempo da Extinção dos Jornais", produzido pelo site australiano Future Exploration. Especialistas identificam, globalmente, quando os jornais, no formato conhecido hoje em papel, perderão definitivamente a representatividade no universo geral da indústria da comunicação.

Dez anos antes da última edição impressa de um dos grandes nomes brasileiros da imprensa escrita, já em 2017, os Estados Unidos terão puxado o comboio da extinção das edições impressas dos grandes grupos.  Negociações envolvendo o bilionário das comunicações Rupert Murdoch, dono da gigante de mídia News Corp., e Steve Jobs, presidente executivo da Apple, para a criação de um novo jornal, exclusivamente on line, e os movimentos difusos dos maiores grupos, envolvidos em discussão sobre o que fazer com a cobrança de conteúdos, indicam a possibilidade de acerto.

Na realidade, o processo de extinção será mais acelerado nos países desenvolvidos de uma forma geral. Em 2019, as principais publicações da Grã-Bretanha e da Islândia, em 2020, da Noruega e Canadá seguem os Estados Unidos. O processo se intensifica nos anos seguintes, por todos os continentes.

As conclusões são fundamentadas em análise de indicadores globais e específicos, com poder de mudança sobre o mercado de jornais. A popularização dos equipamentos de leitura de jornais - conhecidos por tablets ou e-readers -, o desenvolvimento de "papéis digitais", o aumento do desempenho da infraestrutura tecnológica e a universalização do acesso à internet pelos celulares integram a lista de variáveis capazes de acelerar a decisão das corporações jornalísticas. Nos ambientes internos, o acesso amplo a tecnologias tende a ser combinada com novos hábitos dos consumidores para influenciar as decisões sobre o futuro dos veículos impressos.

Fatores de impacto
Conheça as variáveis que têm o poder de provocar o fechamento dos jornais no futuro

GLOBAIS

Mudanças nos custos de produção e impressão
Aumento e melhoria de desempenho dos equipamentos de leitura (tablets/e-readers)
Aumento da performance/desempenho dos telefones celulares
Desenvolvimento de papel digital de alta performance
Absorção de mecanismos/estratégias de remuneração de notícias na internet
Desenvolvimento de plataformas abertas
Novas tendências em investimentos e gastos com publicidade

LOCAIS
Tecnologia
Custos menores e maior disponibilidade de banda larga fixa
Custos menores e disponbilidade de banda larga por equipamentos móveis
Penetração dos mercados de aparelhos celulares e móveis

Economia
Taxas de crescimento da economia
Disparidades de riquezas nacionais e regionais

Estrutura de produção
Situação financeira dos principais jornais
Balanço entre receitas e despesas com publicidade
Estrutura de distribuição dos jornais

Demografia
Estrutura da taxa de natalidade e imigração
Nível de urbanização
Níveis de alfabetização

Governo
Grau de regulação
Suporte financeiro governamental para a imprensa
Existência de controles legais

Hábitos do consumidor
Preferências do consumidor
Disposição por pagar por notícias
Interesse por notícias locais e globais

Fonte:
Future Exploration - http://www.futureexploration.net/

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