quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Protecionismo sinaliza crescimento fraco das maiores economias

Sem sinais de saída para a falta de crescimento econômico, o mundo verá, nos próximos anos, a expansão do protecionismo de países da Europa e dos Estados Unidos.
A tendência ganha força com a decisão da União Europeia de adotar uma lei que permitirá a exclusão de empresas brasileiras e de outros países emergentes de licitações públicas na região. A decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) de injetar US$ 600 bilhões na economia dos Estados Unidos também sinaliza expectativas de defesa de mercados locais.

Na União Europeia, a restrição em licitações tem o objetivo de retaliar medidas consideradas protecionistas, que impossibilitam participação de empresas europeias em contratos de licitação pública. A medida faz parte da estratégia de comércio exterior lançada para os próximos dez anos. Europeus avaliam que estão perdendo espaço no comércio internacional. Para reconquistar posições perdidas, a UE decidiu enfrentar as barreiras impostas pelos mercados emergentes, principalmente dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China).

Expectativas

Inseridos no cenário de baixo crescimento, que tende a se prolongar, os Estados Unidos acusam a China de manter sua moeda desvalorizada para melhorar a competitividade, e querem que os grandes países exportadores aceitem limitar o excedente comercial de suas balanças comerciais a uma porcentagem determinada pelo PIB.

Mas Alemanha e China rejeitam a iniciativa e, junto com o Brasil, acusam Washington de ameaçar a recuperação mundial com o enfraquecimento do dólar, em particular depois do anúncio, pelo Federal Reserve, sobre a nova injeção de 600 bilhões de dólares para estimular a atividade nos EUA. Para alguns, a "guerra cambial" estimula retorno ao protecionismo.

E se na Europa a preocupação é com o euro fortalecido, na América Latina e na Ásia teme-se que, com a taxa de juros extremamente baixa dos Estados Unidos, os dólares do Fed acabem inundando os mercados emergentes, cujo rendimento mais alto previsivelmente atrairá os investidores - o que pode criar uma bolha especulativa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seus comentários