quarta-feira, 8 de julho de 2015

Profissões que podem sobreviver

A sobrevivência dos empregos estará, pelo menos em tese, assegurada para quem desempenha processos que requerem interação humana e produção intelectual diferenciada. Já as carreiras que envolvam vendas e atendimento tendem a desaparecer.


Carlos Plácido Teixeira
Consultor de Tendências - Radar do Futuro

A perspectiva de extinção de várias profissões nos próximos anos desafia a sociedade a identificar quais atividades conseguirão sobreviver ao momento de maturidade da transição da revolução industrial para a era do conhecimento. Mas as listas publicadas periodicamente tendem a reforçar apenas o caráter curioso das alternativas. Estimulam pouco ou nada as pessoas a buscar informações sobre o pano de fundo das transformações e seus impactos sobre o futuro. A educação faz o que tem sido a tradição do modelo ocidental adotado no Brasil, onde o comportamento favorece pouco ou nada o interesse pela exploração do novo mundo, como ponto de partida para o aprendizado.

Na contabilidade sobre certezas e incertezas quanto ao futuro, é certo que funções baseadas em rotinas tendem a ser assumidas por máquinas e computadores. Sob a influência da maturidade das inovações, a automação, a robotização e a inteligência artificial impulsionam as mudanças no mercado de trabalho. O ambiente será afetado pela tendência de urbanização crescente, envelhecimento da população e, com relativa contradição, pela democratização do acesso a tecnologias. Além de crises econômica, política e social que reforçam o instante de transição.

A sobrevivência dos empregos estará, pelo menos em tese, assegurada para quem desempenha processos que requerem interação humana e produção intelectual diferenciada. Já as carreiras que envolvam vendas e atendimento tendem a desaparecer. Não parece mais haver dúvidas de que os serviços de e-commerce vão acabar com muitos postos de trabalho nas lojas de tijolo.

Para o futurólogo britânico e autor do livro You Tomorrow, Ian Pearson, haverá espaço para o humano, especialmente nas artes. “Profissões de cuidados humanos ou artes não tendem a desaparecer. Quando queremos contato humano, não é só uma questão de performance ou eficiência. Às vezes é puramente uma questão de empatia. Precisamos saber que a outra pessoa pode nos compreender e se colocar em nosso lugar. Isso, só um outro humano pode fazer”, diz o especialista.

Especialistas em áreas médicas terão futuro promissor, avalia um levantamento realizado pelo site "Love Mondays". A empresa, uma startup do segmento de intermediação de empregos, avalia, em uma lista de tendências, que, apesar de toda a tecnologia, as pessoas ainda terão necessidade de receber cuidados de humanos. Mas mesmo nessa área a influência das tecnologias, seja na informática ou na biotecnologia, tende a ser crescente. Em 2013, uma empresa norte-americana já tinha criado um remédio que avisa o médico quando é ingerido pelo paciente. Na área de diagnósticos, a evolução da inteligência artificial vai propiciar diagnósticos muito mais precisos.

Algumas projeções otimistas apresentadas pela startup são passíveis de controvérsias. Especialistas em marketing e em análise financeira, além de criadores de conteúdos, seriam algumas das atividades com possibilidade de preservação. Estas duas, e mais as atividades de programação de sistemas, terão de enfrentar o poder avassalador da evolução da inteligência artificial.








Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seus comentários