sexta-feira, 3 de junho de 2011

Países terão de desenvolver alternativas para a questão das drogas

O modelo atual de combate às drogas fracassou e, agora, novos movimentos e iniciativas vão gerar alternativas, sem o foco que marcou o passado, baseado na repressão. O dinheiro gasto por governos nos esforços frustrados para reduzir a oferta e prender pessoas por delitos relacionados ao consumo pode ser destinado, com mais utilidade, a estratégias criativas com o objetivo de reduzir a demanda e os malefícios causados pelos abusos envolvidos.


A mudança de foco tende a ganhar força nos próximos anos, a partir da constatação geral de que a repressão violenta, armada pela indústria de armas e por interesses variados, perdeu e vai continuar perdendo a luta. Ao completar, em 2011, o 50º aniversário da Convenção Única de Narcóticos, de 1961, e com a proximidade, dos 100 anos da Convenção do Ópio, assinada em 1912, até mesmo pela Comissão Global sobre Políticas de Drogas. Integrado por lideranças políticas internacionais, incluindo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o órgão apresentou um relatório em que constata os resultados negativos das iniciativas adotadas em todo o planeta.
"A guerra global contra as drogas fracassou, com consequências devastadoras para indivíduos e sociedades pelo mundo afora", assinala o relatório. Pressionada pela sociedade, a comissão reitera a necessidade de novas abordagens. As recomendações incluem a substituição do foco em criminalização e punição do consumidor recreativo por ofertas de serviços de saúde e tratamento e o incentivo à legalização da maconha e possivelmente de outras drogas leves.

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