Redação
Radar do Futuro
O cenário atual do país, de diminuição da atividade econômica, é “desafiador” e leva muitas empresas a repensar seus investimentos. Para reverter a onda negativa é necessário evitar que os cortes de recursos comprometam a atividade das empresas e o investimento em inovação. A avaliação é do presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Gerson Valença Pinto, organizador da 15ª Conferência de Inovação Tecnológica, realizada em Pernambuco.
“No começo, a gente conectava pessoas. Depois, colocava coisas – no caso, imagens e informações. A gente tinha substantivos na internet. Depois, viemos para a linha de inovação, onde trocamos o substantivo pelo verbo: fazer, comprar, curtir; pedir comida, chamar um táxi. É a inovação da ação. Em seguida, veio a inovação do propósito com o que você faz com o seu verbo e com o seu substantivo”, disse Dórian.
Para o professor Silvio Meira, responsável por inovação e empreendedorismo da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas, inovação não envolve necessariamente tecnologia. Inovar passa também por uma mudança de comportamento no mercado, explicou. “A gente tem de mudar o que faz, e as pessoas têm de mudar o que elas fazem. E de repente acontece uma mágica de mudança de comportamento global de fornecedores e consumidores."
Para Meira, a maior inovação de todos os tempos são as máquinas programáveis: os computadores. Segundo ele, o computador começou com uma tese, em 1936, e chegou ao formato de hoje. São celulares, smartphones, tablets, PCs, computadores embutidos em carros, portas e televisores. “Essas máquinas programadas, com seu propósito definido por softwaresque qualquer um pode escrever, são a invenção mais inovadora de todos os tempos, levada ao mercado em múltiplas formas, e servindo de vetor de uma mudança de comportamento.”
Professor da PUC do Paraná e da UC Berkeley na Califórnia, Marcos Mueller Schlemm disse que é preciso diferenciar inovação, invenção e criatividade. “Para inovar, é preciso criatividade. Significa fazer algo novo; um processo; uma forma de fazer algo novo, ou usar um novo material ou produto e serviço”.
Ele citou como exemplo de algo inovador a invenção de uma dentista, preocupada em diminuir a incidência de bactérias na boca das pessoas. “Ela pediu que cortassem a base de uma colher de sopa para ver se podia raspar a língua. Isso resultou em um aparelho moldado em plástico. É inovação porque não existia. Ela teve uma ideia, criou uma solução, inventou um produto e conseguiu viabilizar usando os materiais adequados. No momento em que é aceito e comprado até em farmácia, tornou-se uma inovação”, afirmou.
Presidente do Conselho de Inovação e Competitividade da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Rodrigo Costa da Rocha Lourdes disse que inovação “é aquilo que proporciona melhoria na vida das pessoas, estando presente na história da humanidade desde o seu início”. De acordo com Rocha, foi por meio dela que a civilização chegou ao atual patamar de progresso, o que resultou também em problemas em questões relativas à sustentabilidade.
“Por isso, precisamos de um novo entendimento do que venha a ser um novo tipo de inovação." Para ele, isso seria a inovação sustentável: "iniciativas e empreendimentos que são lucrativos ao mesmo tempo que melhoram a vida das pessoas, o ambiente, e que concorrem para o bem estar geral".
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O cenário atual do país, de diminuição da atividade econômica, é “desafiador” e leva muitas empresas a repensar seus investimentos. Para reverter a onda negativa é necessário evitar que os cortes de recursos comprometam a atividade das empresas e o investimento em inovação. A avaliação é do presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Gerson Valença Pinto, organizador da 15ª Conferência de Inovação Tecnológica, realizada em Pernambuco.
O executivo assinalou que apesar das dificuldades do cenário, a situação pode trazer oportunidades. "O momento que passamos hoje se traduz em grande oportunidade, na busca por vantagens competitivas para que o Brasil exerça ao máximo seu protagonismo”.
O evento demonstra a efervescência de projetos interessados em aproveitar o cenário de desenvolvimento de tecnologias. Reuniu 142 cases, número recorde, segundo a própria Anpei. “Discutiremos temas como Big Data [crescimento, disponibilidade e uso exponencial de informações estruturadas ou não], Internet das Coisas [situação em que a internet passa a conectar, além de pessoas, itens usados no dia a dia], cloud computing [armazenamento de dados nas nuvens, em uma infraestrutura externa à empresa], indústria do futuro e competitividade e cooperação entre startups e grandes empresas”.
Inovação
A Agência Brasil ouviu durante o evento vários especialistas para falar sobre a importância da inovação no dia a dia da sociedade. Fundador de uma das empresas pioneiras de internet no Brasil – a Isat, que atua na área de tecnologia e educação – Dórian Lacerda Guimarães disse que a relação entre inovação e a evolução da internet trouxe mudanças importantes para o meio social.“No começo, a gente conectava pessoas. Depois, colocava coisas – no caso, imagens e informações. A gente tinha substantivos na internet. Depois, viemos para a linha de inovação, onde trocamos o substantivo pelo verbo: fazer, comprar, curtir; pedir comida, chamar um táxi. É a inovação da ação. Em seguida, veio a inovação do propósito com o que você faz com o seu verbo e com o seu substantivo”, disse Dórian.
Para o professor Silvio Meira, responsável por inovação e empreendedorismo da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas, inovação não envolve necessariamente tecnologia. Inovar passa também por uma mudança de comportamento no mercado, explicou. “A gente tem de mudar o que faz, e as pessoas têm de mudar o que elas fazem. E de repente acontece uma mágica de mudança de comportamento global de fornecedores e consumidores."
Para Meira, a maior inovação de todos os tempos são as máquinas programáveis: os computadores. Segundo ele, o computador começou com uma tese, em 1936, e chegou ao formato de hoje. São celulares, smartphones, tablets, PCs, computadores embutidos em carros, portas e televisores. “Essas máquinas programadas, com seu propósito definido por softwaresque qualquer um pode escrever, são a invenção mais inovadora de todos os tempos, levada ao mercado em múltiplas formas, e servindo de vetor de uma mudança de comportamento.”
Professor da PUC do Paraná e da UC Berkeley na Califórnia, Marcos Mueller Schlemm disse que é preciso diferenciar inovação, invenção e criatividade. “Para inovar, é preciso criatividade. Significa fazer algo novo; um processo; uma forma de fazer algo novo, ou usar um novo material ou produto e serviço”.
Ele citou como exemplo de algo inovador a invenção de uma dentista, preocupada em diminuir a incidência de bactérias na boca das pessoas. “Ela pediu que cortassem a base de uma colher de sopa para ver se podia raspar a língua. Isso resultou em um aparelho moldado em plástico. É inovação porque não existia. Ela teve uma ideia, criou uma solução, inventou um produto e conseguiu viabilizar usando os materiais adequados. No momento em que é aceito e comprado até em farmácia, tornou-se uma inovação”, afirmou.
Presidente do Conselho de Inovação e Competitividade da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Rodrigo Costa da Rocha Lourdes disse que inovação “é aquilo que proporciona melhoria na vida das pessoas, estando presente na história da humanidade desde o seu início”. De acordo com Rocha, foi por meio dela que a civilização chegou ao atual patamar de progresso, o que resultou também em problemas em questões relativas à sustentabilidade.
“Por isso, precisamos de um novo entendimento do que venha a ser um novo tipo de inovação." Para ele, isso seria a inovação sustentável: "iniciativas e empreendimentos que são lucrativos ao mesmo tempo que melhoram a vida das pessoas, o ambiente, e que concorrem para o bem estar geral".
Com informações de
Pedro Peduzzi - Enviado Especial*
Agência Brasil
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