segunda-feira, 11 de julho de 2011

Proibição de sacolas em supermercados altera hábitos e cria novos mercados

Expostos à inevitável onda de proibição do uso de sacolas plásticas para carregar as compras feitas em supermercados ou outros estabelecimentos comerciais, os consumidores desenvolvem estratégias próprias e alteram hábitos para resolver o novo problema do cotidiano. Já os empreendedores de primeira ou última hora identificam oportunidades e colocam o cérebro para funcionar com o objetivo de criar e oferecer alternativas inovadoras para quem faz as compras.


No Brasil e no mundo, o processo tem impulso certo, sem muitas controvérsias, por conta do viés ecológico da medida. Em Los Angeles, nos Estados Unidos, julho começou com a proibição nos mesmos moldes do que se vê no Brasil, onde Belo Horizonte liderou o pelotão das capitais que introduziram a novidade, que tende e já é seguida por outras cidades de diferentes portes.

As sacolas biodegradáveis tendem a virar mídia. Em Belo Horizonte, por exemplo, moradores voltarão a ter sacolinhas, agora financiadas por anunciantes interessados em aproveitar a onda para vincular a imagem delas ao conceito de sustentabilidade. Também as sacolas de pano ou de tecidos especiais, que facilitam o carregamento. A funcionária pública Jane Moreira, de Belo Horizonte, carrega na bolsa pequenas sacolas, que não fazem volume, mas que têm resistência e boa capacidade para o carregamento das compras.

No momento atual, as pessoas vão experimentando novos hábitos, o que certamente dará origem a novos produtos. De acordo com Camila Leão, as sacolas de pano são objetos sagrados em sua bolsa. “Agora não é mais possível dividir o peso entre sacolas”, afirma Camila, que mudou sua rotina por conta da proibição. Ela disse que agora vai mais vezes ao supermercado e compra menos coisas a cada vez. Já Felipe Carrijo prefere usar caixas de papelão do que ecobags para levar suas compras para casa. “Prefiro o papelão porque cabe muito mais coisa do que na ecobag. É a melhor para compras do mês. Quando faço compras menores, aí sim a ecobag é uma boa alternativa. Elas são melhores do que pagar 19 centavos nas sacolas biodegradáveis”, disse.

E haja criatividade quando o assunto é moda e sustentabilidade. Sacolas de todos os tipos foram lançadas para que sua boa aparência chame atenção e, assim, as pessoas tenham vontade de usá-las e abandonem o hábito das sacolinhas de plástico e de papel. O estilista Ronaldo Fraga desenhou várias estampas de sacolas, em parceria com um supermercado da capital mineira. Cada sacola tem um tema diferente. Frida Kahlo, gatos, malas com design antigo e pássaros são algumas das estampas que, a partir do desfile “A Sacola Virou Moda”, realmente parece que a moda pegou.

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