domingo, 25 de janeiro de 2015

Substituição dos cartões e dinheiro por tecnologias ganha força

Geração do milênio está aberta para a adoção de tecnologias que tornam obsoletos os meios tradicionais de pagamento

Carlos Plácido Teixeira
Colunista Radar do Futuro Diário do Comércio

Em processo de implantação, o sistema de pagamento Apple Pay, novo produto destinado ao comércio eletrônico da gigante da tecnologia, cria a expectativa de um impulso definitivo para os negócios envolvendo processos de consumo. Incialmente nos Estados Unidos, mas depois em todo o mundo, há uma solução sonhada por muita gente, que espera aposentar carteiras de dinheiro ou cartões de plástico, transferindo para o celular mais uma função. O prazer de finalizar compras com apenas um aperto em um botão no Iphone, inovação que tende a crescer com o lançamento da versão 6 do aparelho.

Grandes empresas de tecnologia e de telecomunicações do planeta como o concorrente Google, além da Verizon e AT&T, nos Estados Unidos, tentam, há anos, substituir a carteira tradicional com aplicativos de smartphones. Mas, para especialistas em comércio, o envolvimento da Apple, que ajudou a revolucionar a indústria de telefonia móvel, pode ser o impulso que moverá os consumidores em geral para os pagamentos digitais.

A consultoria de tendências JWT Intelligence reforça a previsão. Atesta que o processo substituição do dinheiro e dos cartões físicos está ficando mais forte. A geração Y, com idade entre 18 e 35 anos, já se afasta dos hábitos tradicionais de seus pais e avós, para adotar as ideias e os comportamentos alternativos. O relatório de outubro da empresa constatou que os “mileniais” são significativamente mais propensos do que as outras gerações a manifestar interesse em pagamentos móveis e concordar que "com a tecnologia de hoje, não faz sentido que em sua maioria ainda dependem de dinheiro, cartões de débito e cartões de crédito para pagar para as coisas."

Avanços - Diante dos insucessos da concorrência, especialistas reconhecem que o maior desafio da Apple será convencer milhares de varejistas a aceitar o sistema de pagamento na fila do caixa. Há, inclusive, a necessidade de compatibilizar interesses com demonstrações de vantagens para quem comercializa produtos. Denée Carrington, analista de e-commerce da consultoria Forrester Research, assinala em reportagem publicada pelo site do jornal New York Times, que o conflito dos interesses começa pelo interesse em capturar e acumular informações do comprador. “O Apple Pay não liga para programas de fidelização e prêmios que os comerciantes muitas vezes consideram valiosos”, assinala a consultora.

Mesmo assim, especialistas consideram que a inovação da Apple tem vantagens que os concorrentes não conseguiram alcançar. Os comerciantes americanos enfrentam um prazo para atualizar seus terminais de cartão de crédito para adotar o sistema EMV - que envolve as bandeiras Europay, MasterCard e Visa - uma tecnologia que torna as operações de crédito mais seguras para os consumidores. Os novos terminais também devem aceitar pagamentos de dispositivos Near Field Communication (NFC, ou comunicação por aproximação, em tradução livre) habilitados como o iPhone 6.

Os comerciantes terão de investir, portanto, em novas máquinas habilitadas para o EMV. “A adoção do NFC depende de apenas alguns dólares a mais”, avaliam os especialistas. Promovendo medidas de segurança, a Apple garante que a solução é muito mais segura do que os cartões de crédito que os consumidores usam diariamente, dependentes de chips, tarjas magnéticas e senhas. A Apple está trabalhando com as principais empresas de cartões de crédito como Visa, American Express e MasterCard para integrar o sistema do Apple Pay. A tecnologia envia um código de segurança para os comerciantes, em vez de um número de cartão de crédito, o que, dizem os especialistas, fará o roubo de dados de cartão de crédito menos provável. Toda a transação também virá com um código de acesso codificado único que irá ajudar a determinar se uma transação é legítima.

Ainda existem desafios no caminho. A começar pela dependência de que, na transação, comerciantes tenham as mesmas tecnologias Apple disponíveis, no caso, o iPhone 6 ou 6 Plus. Mais da metade dos proprietários de smartphones americanos usam um dispositivo Android, que não trabalha com a Apple Pay. Além disso, assinala a reportagem do New York Times, o dinheiro ainda é imensamente popular. Pode não ser fácil para a Apple persuadir milhões de pessoas a passar de um sistema de pagamento familiar para algo novo.

INDICADORES DE TENDÊNCIAS
A Apple lança novo sistema de pagamento

  • Facebook prepara sistemas alternativos de transaçãO
  • Base de usuários de bitcoins, a moeda digital é crescente
  • Consumidores da geração Y demandam soluções inovadoras
  • Marcas estão concebendo conceitos alternativos que fazem o pagamento mais transparente e mais seguro

Fonte: JWT Intelligence

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