terça-feira, 11 de agosto de 2015

A era do robô trabalhador será pior para os homens

O mundo está à beira de uma nova revolução industrial, em que os avanços no campo da inteligência artificial vão tornar o trabalho humano obsoleto. E funções masculinas podem ser as mais afetadas.

Radar do Futuro

As atividades profissionais dominadas por mulheres terão maiores chances de sobreviver no futuro do que as dominadas pelo gênero masculino. Entendendo de outra forma, os homens tenderão a ser os maiores afetados pelo desemprego gerado pelas inovações tecnológicas e pela introdução de novos processos produtivos. Quem constata é Jerry Kaplan, colaborador da revista eletrônica The Atlantic, tendo como base um estudo desenvolvido na Universidade Oxford sobre o futuro das profissões.

Em síntese, com o avanço da inteligência artificial, a robotização e a automação sobre os empregos, alguns campos de trabalho estatisticamente masculinos podem estar com dias contados. Ponto para o trabalho com perfil feminino, que tem maiores chances de predominar no futuro.

Sob o viés de mercados de massa, o padrão emergente pode resultar em uma mudança involuntária na divisão do trabalho. Aos maridos serão reservadas as tarefas domésticas porque a sua força muscular será dispensada. Mas, além dessas questões, e considerando o machismo que ainda impera nas sociedades globais, haverá um cenário ainda sombrio, com as famílias lutando para sobreviver com renda insuficiente. E os homens enfrentando a agitação emocional de não ter um lugar no mundo do trabalho.

Transição

Jerry Kaplan reforça a crença de muitos economistas e técnicos defensores da tese de que o mundo está à beira de uma nova revolução industrial, em que os avanços no campo da inteligência artificial vão tornar o trabalho humano obsoleto. Em um ritmo implacável, diga-se. Pesquisa realizada em Oxford, que avaliou as habilidades exigidas de 700 profissões diferentes e identificou quais seriam passíveis de automação em um futuro próximo, concluiu que 47% dos postos de trabalho atuais tenderiam à extinção nas próximas décadas.
O
 prognóstico, sombrio, terá consequências sobre a sociedade de maneira diferenciada. O padrão identificado pelos pesquisadores indica que os trabalhos realizados principalmente por mulheres são relativamente seguros, enquanto que aqueles normalmente realizado por homens estão em risco. De um lado, o raciocínio leva em conta estatísticas simples, que refletem o fato de que muitas profissões permanecem sob domínio masculino, mesmo com todos os progressos relacionados com os movimentos de igualdade de gênero. 

Por exemplo, cita a The Atlantic, dos 3 milhões de motoristas de caminhão nos Estados Unidos, mais de 95% são homens. Do outro lado, há mais de 95% de mulheres entre as 3 milhões de pessoas que atuam como secretárias e assistentes administrativas.  O autor da matéria leva em conta que veículos autônomos são uma possibilidade não muito distante. Imagine quantos postos de trabalho vão evaporar quando o caminhão dispensar a necessidade de motoristas. Os pesquisadores estimam que dois terços dos postos de trabalho no segmento vão evaporar. E esse padrão se mantém para muitas ocupações semelhantes. "O processo vai afetar os empegos de 97% dos homens da construção civil e de carpintaria, alcançando 2,5 milhões de norte-americanos", diz a The Atlantic.

O estudo de Oxford estima que trabalhadores do sexo masculino têm 70% de chance de ser substituídos por trabalhadores robóticos. Em contrapartida, as mulheres ocupam 93% dos cargos de enfermeira. O risco de obsolescência é cada vez menor: 0,009 por cento.  As habilidades apresentadas pela próxima onda de máquinas inteligentes são mais direcionadas para ocupações dominadas por homens. Muitos dos empregos ocupados por homens que exigem esforço físico e mobilidade motora serão transferidos para os robôs móveis, que combinam sistemas sensoriais avançados com sistemas hábeis de manipulação de ferramentas.

Nem mesmo as profissões mais cerebrais, também dominadas por homens, estão a salvo. Muitas ocupações focadas em experiência e capacidade de julgamento, como a negociação de ações ou corretagem de commodites, estão sendo superadas por programas cada vez mais sofisticados de aprendizagem de máquina. A inteligência da máquina cruza mais informações para gerar melhores resultados para os investidores.

Em contrapartida, as mulheres normalmente trabalham em ambientes não estruturados, mais caóticos, onde a capacidade de ler as emoções e desejos das pessoas é crítica para o sucesso. Se o seu trabalho envolve distrair o paciente enquanto entrega uma injeção, adivinhar se um bebê chora porque quer uma garrafa ou uma mudança de fralda, ou expressar simpatia para acalmar um cliente irado, você não precisa se preocupar com a possibilidade do robô ocupar o seu espaço de trabalho. Pelo menos em um futuro previsível.

Fonte:
The Atlantic
http://www.theatlantic.com/business/archive/2015/08/women­men­jobs­automation/400364/?utm_source=SFTwitter

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