terça-feira, 25 de agosto de 2015

Governo prepara plano para comunicação máquina-máquina e internet das coisas

Objetivos do plano incluem promover a padronização de sistemas, criar uma legislação para lidar com questões como privacidade, segurança e direitos do consumidor em serviços de IoT e lançar programas de financiamento.

Redação
Radar do Futuro

O Ministério das Comunicações trabalha na elaboração de uma política específica delimitadora de propostas para a implantação de tecnologias relacionadas à comunicação "máquina a máquina" e à internet das coisas (IoT, na sigla em inglês). Até o final deste ano, deve ser concluído o Plano Nacional de Comunicação M2M e Internet das Coisas, proposto por uma câmara de gestão que reúne representantes do governo e da iniciativa privada.

Na avaliação do secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, é importante criar uma política para nortear a implementação dessas tendências no País, além de coordenar o processo para fomentar a pesquisa, o desenvolvimento e a geração de novas empresas no setor. Os objetivos do plano incluem promover a padronização de sistemas, criar uma legislação para lidar com questões como privacidade, segurança e direitos do consumidor em serviços de IoT e lançar programas de financiamento.

Martinhão relata que atualmente existem experiências isoladas nesse setor no Brasil, que não estão conversando entre si. O plano será elaborado para interligar experiências que estão ocorrendo isoladamente no país, sem conexão entre elas. O papel do governo é aproximar os provedores de solução das pessoas que buscam essas soluções.
O projeto está sendo discutido pela Câmara de Gestão e Acompanhamento do Desenvolvimento de Sistemas Máquina a Máquina. O grupo, criado em 2014, é composto por membros de ministérios, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), além de representantes da indústria, das prestadoras de serviço em telecomunicações, de instituições de ensino e desenvolvedores.

Em artigo publicado no site iMasters, o Leon Adato, gerente técnico de Marketing de Produto da SolarWinds, fornecedora de software de gerenciamento de TI com sede em Austin, Texas, comemora a iniciativa, por dar atenção a um tema crucial para o mercado nos próximos anos. "A Internet das coisas é um tema recorrente em quase todo lugar. Mas, na maioria das discussões em todo o mundo, ela se reduz a um assunto que é sempre deixado de lado.
Segundo ele, os especialistas reconhecem que “é claro que a IoT terá um enorme impacto”. Entre a concordância e a ação se instala a ausência de iniciativas. Por isso, o que está acontecendo aqui no Brasil é tão fascinante. Para Leon Adato, o país começou a definir de fato o enorme potencial que a IoT apresenta nos mercados entre empresas e entre empresa e consumidor, incluindo serviços públicos e sustentabilidade, cidades inteligentes, soluções industriais, automação doméstica e monitoramento remoto de pacientes.

Leon Adato reconhece riscos, como a possibilidade de o Brasil criar, para os fornecedores, um conjunto de padrões que seja diferente do usado em outros países. "O que causaria uma incompatibilidade internacional", assinala. Afinal de contas, a história da TI está cheia de exemplos de tecnologias que sofreram as consequências trágicas desse problema. Mas, como acontece com celulares, cartões de crédito inteligentes e um punhado de outras tecnologias, é mais provável que ter uma discussão ativa leve a tecnologias que funcionem bem e que isso suplante essas outras versões menos pensadas, quando estas apresentarem os inevitáveis sinais de desgaste.
"Enquanto profissional de TI e representante de uma empresa com foco em gerenciamento, desempenho e sucesso da TI, fico feliz em ver que, aqui no Brasil, a Internet das coisas trouxe consigo uma inovação do pensamento", reitera, torcendo para que o resto do mundo fique atento.

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