quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Final de ano movimentado no mercado de livros

O mercado de livros digitais movimenta as empresas interessadas em ocupar posições de destaque. No momento em que o Google prepara o lançamento de uma loja on line de livros, fornecedores de equipamentos de leitura -- apresentados como e-readers ou tablets -- desembarcam nas prateleiras, a tempo de conquistar novos usuários nas festas de final de ano.

Segundo o jornal americano “Wall Street Journal” a loja on-line de livros “Google Editions” será lançada brevemente. A loja virtual de livros do Google deve assumir um modelo diferente de seus competidores, como a Amazon, do leitor digital Kindle, e a iBookStore, da Apple.

Em vez de comprar livros por meio de uma única loja on-line, o Google permitirá que os usuários adquiram as publicações de livrarias independentes, podendo adicioná-las a uma biblioteca on-line vinculada a uma conta do Google, que permitirá que eles realizem a leitura em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
Os computadores pessoais portáteis em formato de prancheta, que podem ser usados para acesso à internet, visualização de fotos e leituras de livros, jornais e revistas, já estão sendo vendidos no Brasil. A Samsung, Galaxy Tab, já está disponível nas quatro maiores operadoras do país. Já o iPad, da Apple, deve chegar ao mercado brasileiro em meados de dezembro.

De olho nessa tendência, o mercado editorial brasileiro começou a se movimentar. “Neste último trimestre multiplicamos o atendimento a editoras, pequenas e grandes, que estão atrás de plataformas de distribuição dos ebooks”, diz Eduardo Melo, sócio da Simplíssimo Livros, uma pequena empresa que desenvolveu há cinco meses a plataforma virtual Stealth® com o objetivo de conectar editoras e livrarias na venda de livros digitais. Para se estruturar no Brasil, no entanto, o mercado de ebooks ainda precisa superar vários desafios.

Mercado incipiente

Pesquisa da Câmara Brasileira do Livro (CBL) mostra que a participação dos livros digitais no mercado editorial brasileiro ainda é incipiente, pois somente 2% das empresas o adotam. Além disso, 70% das editoras ainda não iniciaram a implantação do processo e a grande maioria das que já o utilizam tem menos de 10% de suas obras disponíveis na nova mídia.

Segundo o editor e especialista em livros digitais Ednei Procópio, autor do blog eBookReader, as vendas do segmento não chegam a 1% do que é faturado com livros impressos no Brasil. Mas uma mudança de comportamento, segundo ele, vem sendo sentida, principalmente ao longo do segundo semestre deste ano.

“Eu atribuo isso à grande cobertura jornalística que está se fazendo sobre o tema. A chegada dos tablets despertou o interesse da mídia para o assunto”, diz.

Modelo de negócios

Na sua avaliação, a ainda baixa adesão das editoras a esse novo segmento deve-se principalmente à falta de um modelo de negócios para definir, por exemplo, como será a remuneração da cadeia produtiva. “Com a publicação na internet, de maneira indiscriminada, todo mundo deixa de ganhar (autor, editor, distribuidora) e isso não é interessante do ponto de vista do negócio”, diz Procópio.

Segundo ele, a cultura free, de que tudo é de graça na internet e não pirataria, dificulta o entendimento do consumidor e das próprias editoras.

Outra dificuldade, diz Breno Lerner, superintendente da editora Melhoramentos, uma das maiores do País, é a própria novidade desse mercado. “Há várias questões envolvidas, uma delas é a baixa disponibilidade de dispositivos de leitura desses conteúdos.”

A editora, no entanto, já possui 100 títulos digitalizados e pretende paulatinamente converter todos os 1.400 títulos do seu catálogo. “Digitalizamos primeiro os livros dos autores que concordaram com a idéia. É lógico que, em relação aos livros infanto-juvenis, vamos precisar estudar uma forma de interação maior com o leitor.”

Proteção legal

Outra gigante do ramo editorial, a americana Pearson, aponta mais uma restrição para o desenvolvimeto mais rápido do mercado de ebooks. “É preciso haver uma convergência do mercado para alguns padrões em áreas específicas, como a segurança ou proteção legal dos produtos. Enquanto esses padrões não forem estabelecidos, o consumidor terá de fazer cadastro para cada ebook que comprar na livraria ou distribuidora virtual”, afirma o diretor editorial de conteúdo da empresa, Roger Trimer. Hoje não há uma legislação específica para os ebooks, por isso, cada um faz a proteção do seu produto como quiser.

A Pearson já disponibiliza cerca de 1.100 títulos em sua biblioteca virtual universitária, atendendo a cerca de 1 milhão de estudantes em todo o País.

Otimista, Eduardo Melo, acredita que 2011 deverá ser o ano dos ebooks. “Esperávamos que fosse em 2010, mas o negócio não aconteceu. No próximo ano, acredito que haverá um posicionamento das editoras e do próprio público.” Hoje a plataforma da Simplíssimo possui cerca de 3.000 títulos em português, inglês, francês e italiano.

A Simplíssimo Livros fechou recentemente um acordo com três novas editoras para a distribuição de ebooks: Ourivesaria da Palavra, Quarto Setor Editorial e Novo Livro. Em junho, estreou a primeira loja integrada à plataforma, a E-bookstore Simplíssimo.

A empresa também oferece consultoria para editoras interessadas em produzir elas próprias seus livros digitais e desenvolve, sob consulta, aplicativos e ebooks interativos para iPad e iPhone.

Fontes:
Agência Sebrae - http://www.agenciasebrae.com.br/
G1 - http://www.g1.com.br/

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