terça-feira, 22 de março de 2011

Desafios no futuro das assessorias de imprensa

Novos recursos tecnológicos e perda de espaço das mídias tradicionais desafiam a atividade de assessores de imprensa.

Prestadores de serviços especializados na intermediação do relacionamento entre fontes de informações e meios de comunicação de massa, assessores de imprensa encaram desafios diante da maior presença da internet no cotidiano dos consumidores de informações. O acesso a notícias por equipamentos móveis, como os “tablets” e celulares, altera ainda mais a relação dos assessores com a imprensa tradicional, formada por jornais, revistas, rádios e tvs abertas.

Considere o exemplo de uma empresa de siderurgia, há pouco menos de vinte anos e hoje. Como estatal, a empresa tinha uma equipe própria de jornalistas. Os profissionais se relacionavam basicamente com a imprensa local, sucursais de jornais nacionais e com os poucos jornais econômicos - a Gazeta Mercantil, mais exatamente. Releases eram produzidos e distribuídos por fax ou, mesmo, por correio. Hoje, a empresa, privatizada nos anos 1990, tem um coordenador de imprensa e assessores de uma empresa terceirizada. Não existem mais sucursais, a Gazeta Mercantil quebrou e foi parcialmente substituída pelo Valor Econômico, que não consegue ter a mesma relevância. O investidor em ações, maior interessado em noticiário das empresas abertas, recorre a sites como Infomoney para acompanhar o desempenho das ações da empresa. E a imprensa local perdeu poder.

No cenário em processo de revolução, os hábitos do leitor não são, e nem serão, mais os mesmos. Alguns dos sinais, mesmo que descontadas as diferenças com a realidade brasileira, surgem nos Estados Unidos. Uma pesquisa do Poynter Institute, confirma a tendência de migração dos meios off-line para o online. O relatório anual “State of Media” mostra que a web foi, no ano passado, a segunda fonte mais popular para a obtenção de notícias. Perdeu apenas para a TV local, que foi o primeiro veículo também em receitas, com as mídias digitais em segundo lugar.

De acordo com o levantamento, 41% dos entrevistados obtiveram as notícias e informações por meios online ante os 31% de fieis leitores dos meios de papel. No grupo na faixa etária entre 18 a 29 anos, 65% responderam que tiveram acesso a notícias na plataforma online. No mercado norte-americano, o meio online foi o único segmento que teve crescimento ano sobre ano. As demais plataformas – rádio, TV, jornais e revistas – registraram, sem exceção, queda de audiência e faturamento. Mas, a audiência de notícias exclusivamente baseadas em texto está em queda, de forma geral.

Um dado merece atenção diferenciada: Apenas 40% dos entrevistados pelo Poynter disseram que leram as notícias em um jornal online ou impresso, o que representa queda de 12% nos últimos cinco anos. Além de abandonar os meios impressos, o consumidor consolida a preferência pelas informações no formato de vídeo.

A mudança de comportamento do mercado da informação tende a forçar a adoção de estratégias de diferenciação pelas assessorias de imprensa, em especial das pequenas assessorias, com atuação local. No passado, elas podiam se contentar em manter o relacionamento com os veículos regionais para a divulgação de marcas, produtos ou eventos. Agora, a mobilidade propiciada pelos equipamentos como os tablets e os celulares com acesso à internet em qualquer lugar torna a comunicação, ao mesmo tempo, pessoal e global. A assessoria deve dar conta de produzir e entregar informações relevantes tanto para um blog quanto para grandes portais.

Além de conviver com a revolução do consumo das informações, o segmento tende a enfrentar, também, o aumento da concorrência. A expansão do número de novos jornalistas e a redução do tamanho das redações aumentam a disputa por clientes. Além disso, outros “players” e produtos desembarcam no mercado, colocando em dúvida o papel e a eficiência das iniciativas de assessoria de imprensa. Por exemplo, maiores investimentos devem ser destinados a mídias próprias das corporações, como as mídias sociais, um segmento em que as responsabilidades são ainda difusas.

No balanço das tendências futuras, a mobilidade é oportunidade e ameaça para o mercado de assessorias de imprensa. Ao mesmo tempo em que gera alternativas de produtos e serviços, coloca em risco as atividades mais tradicionais do segmento. A partir de um viés otimista, é possível crer que um maior número de empresas será obrigada a desenvolver ações de comunicação diante das pressões por investimentos em transparência. Responsabilidade social, sustentabilidade e inovação requerem ações práticas que vão exigir divulgação e gerar demandas adicionais no mercado.






Transformações

Até a transição entre as décadas de 1990 e de 2000, o assessor tradicional apenas aguardava ligações dos repórteres dos principais veículos do País ou distribuia releases aleatoriamente, sempre para os mesmos veículos. Em algumas redações, o fax, sistema que possibilitava enviar cópias de documentos pelo telefone, ainda permanece em algum canto, aguardando os releases dos assessores mais tradicionais.

No cenário da segunda década do século 21, o modelo está fadado a ser superado por profissionais - jornalistas ou não - que têm formação e visão estratégica do relacionamento entre as fontes de informações e os veículos.



o que antesagora e futuro
quem erajornalista
jornalista
relações públicas
profissionais de marketing
gestores de mídia social
relacionamentojornalistas
repórteres/editores especializados
jornalistas
blogueiros
formadores de opinião
objetivoPublicar notícias em:
jornais nacionais
jornais regionais
revistas
tvs fechadas
rádios
grandes grupos de comunicação
jornais regionais
jornais nacionais
revistas especializadas
tvs abertas
tvs fechadas
sites especializados
sites próprios

grandes grupos de telecomunicações
produtonotícia = releaseinformação = conhecimento = relacionamento
serviçosprodução e encaminhamento de notícias
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