terça-feira, 1 de setembro de 2015

Guerras digitais: disputas entre o tradicional e a inovação

Relatório identifica que, além das disputas envolvendo taxistas contra o Uber, há várias outras disputas geradas pelo desenvolvimento de novos sistemas no ambiente digital.

Heraldo Leite
Consultor Webmilk / Radar do Futuro

 O relatório "Digital Vortex: How Digital Disruption is Redefining Industries" (O Vórtice Digital: Como a disrupção digital está definindo a indústria), apresentado pelo Global Center for Digital Business Transformation (DBT Center), revelou: aproximadamente 40% das atuais empresas de 12 setores do mercado irão desaparecer nos próximos cinco anos. A locadora de filmes Blockbuster e a enciclopédia Barsa são dois dos mais conhecidos exemplos de gigantes que perderam terreno.

São as chamadas guerras digitais, que envolvem “o novo” versus “o antigo”. Aliás, o termo guerra cabe como uma luva no episódio envolvendo Taxistas X Uber. As duas partes chegaram às vias de fato. Mas, muito além do Uber há outras contendas acontecendo.

Vejamos:

WhatsApp x Operadoras de telefonia
Recentemente, o presidente da Vivo, Amos Genish, mirou suas armas contra o aplicativo WhatsApp. "Não tenho nada contra o WhatsApp, que é uma ferramenta muito boa, mas precisamos criar regras iguais para o mesmo jogo", disse.

Detalhe: dias antes, o jornal “O Globo” estampava em manchete que as operadoras – antes intocadas e lucrativas – começavam a registrar vermelho em seus balanços. O jornal debitou o prejuízo na conta da crise. Mas, significa que com a crise as pessoas estão falando menos? Ou será que estão usando aplicativos?

Netflix X Emissoras de TV
Quem migrou da TV aberta e desembarcou em planos de TV paga – a no mínimo R$ 70 mensais – agora pode optar por uma mensalidade de cerca de R$ 20 e ter à sua disposição um catálogo com mais de 3 mil opções entre filmes, seriados e programas infantis.
A reação: as grandes emissoras (infelizmente, duas ou três) batem o pé e querem saber como se consegue esse baixo custo. E mais: já pedem que o governo aplique mais impostos.

Netflix X Locadoras de vídeos
Neste caso, a Netflix foi a pá de cal em uma briga que começou com as TVs por assinatura, cambaleou com os downloads ilegais da internet e agora agoniza com a Netflix. Ao longo desta agonia, as locadoras – que começaram com o VHS, compraram gigantescos estoques de DVD e buscaram um suspiro com o Blu Ray – até tentaram se diversificar. Mas a mudança de ramo é certa.

Amazon X Livrarias
A gigante do carequinha Jeff Bezos não para de inovar. E não para de vender livros. E a um custo tão menor que os donos de livrarias tradicionais coçam a cabeça e se perguntam: como? Nos Estados Unidos, a Meca da livre concorrência, no mês passado, as organizações The Authors Guild, Authors United e a Associação Norte-americana de Livrarias pediram que o Departamento de Justiça dos EUA investigasse as vendas da Amazon.

Airbnb X Hotéis
Talvez a caçula destas empresas que estão sacudindo o mundo dos negócios, a Airbnb é uma plataforma que reúne milhares de opções de quartos ou imóveis para locação em mais de 200 localidades. Sem muita burocracia. Ainda por cima traz renda para quem aluga quartos e até casas

Spotify X Gravadoras e artistas
Talvez esta seja a guerra mais antiga, desde o surgimento do Napster, um compartilhamento de arquivos de música que nunca mais deixou pedra sobre pedra no meio musical. A maior queixa é que a mensalidade do streaming de música – cerca de R$ 20 – é inferior ao preço de um CD.

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