terça-feira, 15 de setembro de 2015

Miséria e concentração de renda travam a mobilidade social nos EUA

Um norte-americano sem boas condições financeiras tem uma chance de 8% de chegar ao topo da escala social. Número que não é alterado desde a década de 20

Heraldo Leite
Radar do Futuro

O sonho americano está se exaurindo? Adele Peters, uma blogueira da terra do Tio Sam especializada em design sustentável e colaboradora do site Fast Company, aposta que sim. Mas ela não é a única. Nos últimos meses, alguns dos principais veículos de comunicação dos Estados Unidos publicaram matérias em que reconhecem a expansão da miséria, em contraste com a maior concentração de renda. E o enterrro da ideia de que o país possui o ambinente ideal para que qualquer pessoa possa subir na escala social.

Segundo as últimas estatísticas de órgãos oficiais, um norte-americano sem boas condições financeiras tem uma chance de 8% de chegar ao topo. Número que não é alterado, ainda segundo a blogueira, desde a década de 20. É verdade que, na época do faroeste e da corrida do ouro, era grande a possibilidade chegar aos EUA com uma mão na frente e outra atrás e enriquecer. Hoje, não.

Para se ter uma ideia, a Dinamarca apresenta chances duas vezes maiores do que os Estados Unidos quando se trata de mobilidade social. O mesmo acontecendo com o Canadá, vizinho e muito mais parecido com os EUA

Um das explicações para o quadro vem do berço. Quando ainda no útero materno, crianças de baixa renda já apresentam desvantagens. Os indicadores também apontam que ganharão menos quando crescerem. Outro fator determinante é o acesso à educação. A maioria dos países tem distribuição de impostos mais uniforme para as escolas públicas. Ao contrário, os norte-americanos financiam sua educação com verbas que acabam determinando que bairros melhores terão melhores escolas.

Estudiosos, acadêmicos e pesquisadores ainda não sabem ao certo quais são os fatores mais determinantes. Arriscam a dizer que as possibilidades variam dentro do próprio território norte-americano. Algumas cidades seriam mais desiguais e estagnadas do que outras.

E segundo a autora do artigo, publicado no site ‘Fast Company’: “Nesse meio tempo, os especialistas acreditam que, se os EUA querem tornar-se mais perto da terra da oportunidade que ele imagina ser, algo tem de mudar. A resposta não será encontrada em nenhum livro de auto-ajuda.”

Abaixo um quadro com os países que apresentam maior mobilidade social.

Os países desenvolvidos com mobilidade top:
  • 1Dinamarca 
  • 2Noruega 
  • 3Finlândia 
  • 4Canadá 
  • 5Austrália 
  • 6Suécia 
  • 7Nova Zelândia 
  • 8Alemanha 
  • 9Japão 
  • 10Espanha

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