segunda-feira, 7 de setembro de 2015

"Internet das coisas" pode ser instrumento de política pública, diz especialista

Plano Nacional M2M (máquina a máquina) abre oportunidades para empresas interessadas em perstar serviços para prefeituras, para melhor políticas públicas

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Até 2020, cerca de 50 bilhões de dispositivos estarão conectados à chamada "internet das coisas" – conexão de objetos usados no dia a dia à rede mundial de computadores e entre si, como eletrodomésticos, smartphones, televisões e computadores. Segundo estudos, o setor movimentará algo em torno de US$ 19 trilhões. Para a administração pública, em especial para as prefeituras, o grande desafio será fazer os investimentos necessários para transformar a nova tecnologia em instrumento de políticas públicas.

Segundo o analista de Infraestrutura e chefe do Núcleo de Internet das Coisas do Ministério das Comunicações, Guilherme Corrêa, as empresas interessadas em prestar serviços nessa área às prefeituras precisam mostrar que as aquisições podem representar economia e redução de gastos para os municípios. “A internet das coisas inevitavelmente será usada para auxiliar a administração pública a ampliar e melhorar suas políticas públicas. Isso ficará mais claro até o final do ano, quando lançaremos as diretrizes do Plano Nacional M2M [termo que se refere à comunicação entre máquinas]”, disse Corrêa à Agência Brasil, após participar de um painel no seminário Huawei Innovation Day, em Brasília.

O analista citou estudos prevendo que, até 2020, haverá no mundo cerca de 50 bilhões de dispositivos conectados à internet das coisas, e que isso acarretará na necessidade de investimentos em larga escala para a prestação de serviços por meio dessa tecnologia. "Para os municípios brasileiros, isso poderá acarretar em dificuldades, caso não resolvam os problemas de falta de recursos", afirmou.

Ao se dirigir a representantes do setor privado, Corrêa sugeriu que, ao oferecer seus produtos, as empresas precisam deixar claro que as propostas representam “economia e redução de gastos”. “A solução será, por exemplo, mostrar [às prefeituras] que a economia com iluminação pública ou transporte público será maior do que o custo para a implantação da internet das coisas nos postes ou no sistema de transportes”.

Essa estratégia pode também ser adotada no âmbito do governo federal, que planeja acionar órgãos e ministérios com potencial de uso da tecnologia para a oferta de políticas públicas. Com esse propósito, o Ministério das Comunicações tem mantido diálogo constante com as pastas de Agricultura; Cidades; Minas e Energia; e Educação. “Se embarcarmos juntos, criaremos demanda e escala. Com isso reduziremos preços”.

O governo poderá usar também sua capacidade de mobilização para fazer a tecnologia avançar a um custo mais barato por meio da economia de escala, com a ajuda de outros setores. “Uma alternativa será o uso de recursos não-financeiros, por meio do poder de mobilização do Estado junto a diversos setores, também com o propósito de criar demanda e escala”.

Ainda está dentro das estratégias do governo e das diretrizes do Plano Nacional M2M – para tornar mais barata a prestação de serviços e de políticas públicas por meio da internet das coisas - viabilizar investimentos em pesquisa e desenvolvimento, capacitação e estudos de padrões de segurança e interoperabilidade dessa tecnologia.

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