Além da construção de equipamentos esportivos e outras obras de infraestrutura, a Copa do Mundo de 2014 vai demandar uma série de requisitos ambientais e de sustentabilidade.
É o que explica a advogada, Roberta Leonhardt, sócia da área ambiental do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice. “A FIFA tem o programa Gol Verde que estabelece uma série de requisitos de cunho sustentável. São diretrizes de economia de energia e água, reciclagem de lixo, compensação de emissões de carbono e uso de transporte coletivo. Esse programa demonstra a preocupação da comunidade internacional com os impactos ambientais decorrentes da realização de eventos esportivos”, explica a advogada. O programa foi aplicado pela primeira vez durante a Copa da Alemanha, em 2006, conseguindo neutralizar 100 mil toneladas de dióxido de carbono, e foi aplicado novamente na Copa do Mundo deste ano, sediada na África do Sul.
Discutir os desafios e oportunidades da realização de jogos sustentáveis e ecologicamente corretos será o tema do painel que a advogada irá coordenar no Seminário Internacional “Infraestrutura Brasil: Projetos de Infraestrutura e Oportunidades de Financiamento no Setor Esportivo”, que ocorre de 22 a 24 de junho, no Rio de Janeiro. O painel sobre meio ambiente será no dia 22 e contará com a participação de Cláudio Langone, Coordenador da Câmara de Meio Ambiente da Copa de 2014, Jose Moulin Netto, Presidente do GBC Brasil, e Paul Hesketh, Diretor Técnico, ERM.
As ações de sustentabilidade ainda não foram devidamente discutidas pelo governo brasileiro e, por isso, a importância de tal tópico. Em outras palavras, para a Copa de 2014, as ações e os meios para alcançar as exigências da FIFA ainda não foram definidos. “O Brasil já está se preparando para atender ao programa da FIFA, tanto que formou a Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa 2014, em maio deste ano, composta por representantes do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério do Esporte e de secretários estaduais e municipais de meio ambiente. No nosso painel, poderemos conhecer melhor as atividades da Câmara e contribuir com o processo”, afirma a advogada.
A FIFA solicita, por exemplo, que a eletricidade usada dentro dos estádios durante os eventos seja renovável e que o material empregado nas instalações temporárias possa ser reutilizado. Também propõe que o transporte público local seja responsável por pelo menos metade dos deslocamentos de quem vai para os estádios e daqueles que partem deles em dias de jogos. Copos e recipientes multiuso deverão ser usados para a maior parte das bebidas servidas nos estádios e parques.
Outro tema a ser debatido será o dos cuidados ambientais para a realização das obras de infraestrutura previstas para os equipamentos necessários, considerando-se temas como o tipo de materiais empregados, desperdício, uso da água, manejo do solo, poluição do ar, entre outros.
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